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Guerra
06/06/2024 00:00:00

Ucrânia usou mísseis dos EUA para atingir sistema antiaéreo dentro da Rússia, dizem analistas

Segundo think tank, sistema norte-americano HIMARS foi acionado para neutralizar uma bateria antiaérea russa em Belgorod


Ucrânia usou mísseis dos EUA para atingir sistema antiaéreo dentro da Rússia, dizem analistas

A Referência

Um ataque das Forças Armadas da Ucrânia, ocorrido entre sábado (1º) e domingo (2), atingiu um sistema de defesa antiaérea S-300, da Rússia, na região russa de Belgorod. O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês) usou imagens geolocalizadas para confirmar o local do bombardeio, que segundo seus analistas foi possivelmente realizado com armamento norte-americano.

Se a análise do think tank se confirmar, este tende a ser o primeiro ataque ucraniano ao território da Rússia com armamento ocidental após seus aliados darem autorização para tanto. Mesmo os EUA, que até então tratavam a questão como tabu, nos últimos dias deram aval parcial a Kiev para atingir a região russa com mísseis norte-americanos.

“Fontes russas especularam amplamente que as forças ucranianas usaram HIMARS fornecidos pelos EUA, mas as autoridades ucranianas ainda não comentaram o ataque”, diz o ISW, que endossa a avaliação de seus informantes. Os analistas explicam que o alvo atingido pelos ucranianos está dentro do raio de ação do sistema de mísseis norte-americano, mas fora do alcance de outras armas ucranianas.

Segundo a rede CNN o uso de armamento ocidental para realizar o ataque chegou a ser confirmado pela vice-primeira-ministra ucraniana Iryna Vereshchuk através de sua conta no Facebook, embora ela não tenha citado especificamente o HIMARS ou mesmo os EUA como fornecedores do armamento.

“Queima lindamente. É um S-300 russo. Em território russo. Os primeiros dias após a permissão para usar armas ocidentais em território inimigo”, disse ela na postagem, que foi posteriormente excluída.

Ataques ucranianos dentro do território russo não chegam a ser novidade. Eles acontecem desde o início da guerra e têm se intensificado nos últimos meses, mas Kiev não assume oficialmente a autoria. Trata-se de uma negação plausível que serve também aos interesses de Moscou, que assim se livra de colocar em prática as ameaças direcionadas a quem fornece armas aos ucranianos.

Esse cenário de cautela recíproca, entretanto, se desfez nas últimas semanas, após Reino UnidoFrança e Alemanha autorizarem publicamente a Ucrânia a usar as armas que eles forneceram para atacar o inimigo em seu próprio território. O presidente norte-americano Joe Biden concedeu a mesma autorização a Kiev, segundo fontes ouvidas pelo site Politico.

Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) também se manifestou a favor da liberação, algo que ficou claro em duas manifestações do secretário-geral Jens Stoltenberg. Primeiro, em entrevista à revista The Economist, declarou que “chegou a hora de os aliados considerarem se deveriam levantar algumas das restrições que impuseram ao uso de armas que doaram à Ucrânia.”

Depois, durante visita  à Bulgária, destacou a atual ofensiva russa em Kharkiv, região ucraniana invadida, e reforçou o que havia dito antes, conforme reportagem da rede Voice of America (VOA).

“A linha de frente é mais ou menos a linha da fronteira. Se não se pode atacar as forças russas do outro lado da linha de frente porque elas estão do outro lado da fronteira, então é claro que se reduz realmente a capacidade das forças ucranianas de se defender”, afirmou Stoltenberg.

Como Belgorod faz fronteira com a região ucraniana de Kharkiv, alvo de uma bem-sucedida ofensiva russa, Kiev entende que atacar posições do inimigo em seu próprio território é crucial para estabelecer uma defesa eficiente. Segundo o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken, foi esse o argumento usado pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky para solicitar tal autorização.

“Ao longo das últimas semanas, a Ucrânia veio até nós e pediu autorização para usar armas que estamos fornecendo para se defender contra esta agressão, incluindo contra as forças russas que se concentram no lado russo da fronteira e depois atacam a Ucrânia”, disse Blinken em Praga após encontro da Otan na última sexta (31), segundo a agência Reuters.

Conforme coloca em prática o aval ocidental, a Ucrânia testa a retórica russa, que promete retaliar contra a aliança em caso de ataque a seu território com armas ocidentais. Por ora, entretanto, Moscou se limita a seguir com as ameaças, a mais recente feita no final da semana passada pelo ex-presidente Dmitry Medvedev.

“O atual conflito militar com o Ocidente está se desenvolvendo de acordo com o pior cenário possível. Há uma escalada constante no que diz respeito ao poder de fogo das armas da Otan utilizadas. Portanto, ninguém hoje pode descartar a transição do conflito para a sua fase final”, afirmou ele, de acordo com a Reuters. “Isto, infelizmente, não é intimidação nem blefe.”



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