27/06/2024 06:11:14

Guerra
30/05/2024 00:00:00

Se não contiver o atual avanço russo, Ucrânia colocará em risco a segurança da Otan, aponta estudo

Segundo think tank, Kiev será forçada a aceitar o fim da guerra sob os termos estabelecidos por Moscou se não impuser uma forte resistência


Se não contiver o atual avanço russo, Ucrânia colocará em risco a segurança da Otan, aponta estudo

A Referência

Caso suas tropas não consigam segurar o atual avanço da Rússia no campo de batalhas, a Ucrânia pode ser forçada a aceitar o final da guerra com base em um acordo diplomático redigido por Moscou, o que no médio prazo se converteria em uma ameaça inclusive para a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Esta é a conclusão de um estudo publicado pelo think tank Grupo de Crise Internacional (ICG, na sigla em inglês), sediado em Bruxelas, na Bélgica.

O relatório publicado pela entidade contém uma análise de tudo que ocorreu dentro e fora do campo de batalhas desde a invasão russa de 24 de fevereiro de 2022. Explica que Moscou conseguiu manter os cofres cheios graças ao preço elevado das fontes de energia, minimizando assim os efeitos das sanções ocidentais. Foi capaz também de superar a forte resistência inicial das tropas ucranianas, impedindo que Kiev ganhasse força em 2023 e passando a obter vitórias relevantes em 2024, como a conquista da cidade estratégica de Avdiivka.

Segundo o ICG, os militares ucranianos têm motivos para comemora, sobretudo os ataques à Marinha russa que comprometeram a frota do Mar negro. Porém, o cenário global do conflito pende para o lado russo, com o sucesso da atual ofensiva em Kharkiv que permitiu às forças do Kremlin a conquista de territórios neste mês de maio.

“Uma grande razão para a inversão da sorte da Ucrânia foi a própria resiliência da Rússia e a correspondente capacidade de se recuperar das perdas de 2022, ao mesmo tempo que resistiu à pressão que o Ocidente exerceu com sanções econômicas”, diz o texto, citando inclusive o apoio de aliados como irã e Coreia do Norte, que fornecem equipamento militar às Forças Armadas russas.

Kiev, do outro lado, vê o apoio ocidental vacilante, inclusive com a interrupção parcial do fornecimento de armas pelos EUA que se estendeu até abril deste ano. “Embora os líderes da Europa pareçam apoiar solidamente a defesa da Ucrânia (o que não é surpreendente, dadas as implicações para a segurança continental), a polarização política torna os EUA um parceiro menos confiável”, afirma o relatório.

Mesmo com a retomada do apoio norte-americano, a Ucrânia tem desafios internos a superar. Como a escassez de combatentes, que tem forçado o país a adotar medidas emergenciais como o recrutamento de presos e a mobilização de cidadãos.

A fim de evitar um prejuízo maior, o estudo aponta como melhor alternativa a imposição de uma resistência que impeça novos avanços russos. Paralelamente, Kiev precisa do apoio decisivo de seus aliados europeus, instados a aumentar a produção da indústria de defesa para alimentar tanto as tropas ucranianas quanto suas próprias Forças Armadas, dado o risco de um confronto direto no futuro.

Caso a Ucrânia não consiga impor tal resistência, pode ser forçada a recuar até o limite. Então, não restaria outra opção que não aceitar um cessar-fogo com a cessão dos territórios perdidos à Rússia.

Diante da tal cenário, o ICG concorda com outros analistas e autoridades ocidentais. “Embora tal acordo possa pôr fim aos combates no curto prazo, o fará a um custo tremendo não apenas para a Ucrânia, mas também para a segurança europeia, aumentando o risco de mais derramamento de sangue nos próximos anos.”



Enquete
Se a Eleição municipal fosse agora em quem você votaria para prefeito de União dos Palmares?
Total de votos: 392
Notícias Agora
Google News