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Um relatório interno da ONU enviado aos governos de todo o mundo revela uma situação alarmante em Gaza, com uma "escala sem precedentes de destruição e perda de vidas de civis" após mais de oito meses de guerra na região . A informação é da coluna do Jamil Chade, do UOL.
Com base nas informações fornecidas pelo Ministério da Saúde em Gaza e fontes da coluna, a ONU estima que:
Desde o início do conflito em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas lançou ataques contra Israel, Gaza enfrenta uma crise humanitária severa. A retaliação israelense liderada pelo governo de Benjamin Netanyahu resultou no deslocamento quase completo da população de 2,2 milhões de habitantes do território palestino.
O levantamento, parte dos documentos compilados pela Coordenação da ONU para Assuntos Humanitários para um apelo internacional por recursos, revela a urgência da situação. A ONU estima que são necessários US$ 3,8 bilhões (R$ 19,7 bilhões) para o resgate dos palestinos. No entanto, mesmo após oito meses de conflito, apenas 27% desse valor foi recebido de doadores internacionais.
Segundo a ONU, a crise é ainda mais grave diante do colapso da ordem social em Gaza:
Os especialistas da ONU alertam que esses dados reforçam a possibilidade de crimes de guerra e contra a humanidade cometidos em Gaza.
Após a determinação da Corte Internacional de Justiça na última sexta-feira (24) para que Israel cesse qualquer ofensiva sobre Rafah , no sul de Gaza, o informe destaca que os conflitos resultaram na morte de 250 palestinos e deixaram 829 feridos, além do falecimento de um soldado israelense. No total, mais de 36 mil pessoas foram mortas em Gaza e mais de 81 mil ficaram feridas.
O relatório da ONU chega num momento de intensa pressão internacional sobre o governo de Benjamin Netanyahu. Três países europeus devem começar a reconhecer o Estado palestino nesta terça-feira (28). Os ataques recentes contra um campo de refugiados geraram indignação mesmo entre aliados de Israel, como a França e a União Europeia.
Essa ofensiva ocorre enquanto tanto a Corte Internacional de Justiça quanto a procuradoria do Tribunal Penal Internacional insistem que os crimes em Gaza e em Israel não podem ficar impunes .