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Guerra
27/05/2024 00:00:00

Putin estaria disposto a encerrar a guerra se suas conquistas territoriais fossem aceitas

Fontes próximas ao presidente dizem que as condições para um cessar-fogo são claras, mas Kiev tem indicado que não as aceita


Putin estaria disposto a encerrar a guerra se suas conquistas territoriais fossem aceitas

A Referência

O presidente da RússiaVladimir Putin, tem condições claras para aceitar um cessar-fogo que venha a encerrar a guerra da Ucrânia: manter as conquistas territoriais obtidas até agora. A informação foi divulgada com exclusividade pela agência Reuters, que ouviu quatro fontes de dentro do governo russo, segundo as quais o conflito se estenderá por prazo indefinido enquanto tais demandas forem rejeitadas.

Três das pessoas ouvidas pela reportagem, que falaram sob condição de anonimato, alegam que Putin estaria frustrado com a recusa do homólogo Volodymyr Zelensky em negociar e com a pressão ocidental para que as condições apresentadas por Moscou sejam recusadas.

Dessa forma, sem uma solução à vista, o líder russo vê seu país preparado para conduzir o conflito por tempo indeterminado.

“Putin pode lutar o tempo que for necessário, mas Putin também está pronto para um cessar-fogo para congelar a guerra”, disse a quarta fonte, que igualmente pediu para ter a identidade preservada devido à delicadeza da questão.

A afirmação das fontes, todas próximas a Putin, foi parcialmente endossada pelo porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov, segundo quem a Rússia não quer uma guerra “eterna” e está aberta ao diálogo. O próprio Putin se manifestou neste sentido durante a recente viagem à China, afirmando que “nunca recusou” a negociação.

Para Moscou, o conflito longo parece menos danoso que para a Ucrânia. Putin direcionou sua indústria aos esforços de guerra, comprometendo atualmente 4,4% do PIB com defesa. Mesmo as perdas humanas podem ser respostas a longo prazo, segundo relatório recente do Gabinete da Diretora de Inteligência Nacional (ODNI, na sigla em inglês) dos EUA.

As fábricas de munições russas são tocadas de forma ininterrupta, com turnos rotativos de 12 horas, de acordo com estimativa da Otan (Organização das Nações Unidas) revelada pela rede CNN. Uma situação que beneficia a Rússia não somente na guerra em curso. Também seria útil em caso de um choque direto posterior com os EUA e seus aliados, dando a Moscou a vantagem da experiência adquirida.

Kiev, por sua vez, depende fortemente do apoio ocidental. O problema é que os estoques de armas e principalmente de munição de seus aliados foram duramente afetados, pois muitos membros da Otan vêm usando seus arsenais para equipar as Forças Armadas ucranianas. E a reposição, por ora, não é suficiente para colocar essas nações em pé de igualdade com os russos, apoiados ainda por China, Irã e Coreia do Norte, embora esses países oficialmente neguem o fornecimento de equipamento militar.

A vantagem no campo de batalhas permitiu às tropas russas conquistar um avanço recente na região de Kharkiv, com a forças da Ucrânia batendo em retirada em algumas posições devido à falta de munição. Ainda assim, as fontes ouvidas pela Reuters dizem que Putin não projeta ganhos mais amplos e que um avanço decisivo dependeria de uma nova mobilização nacional, o que ele não quer.

As condições impostas por Putin para negociar a paz, no entanto, parecem inviáveis. Zelensky deixou claro em diversos momentos que seu objetivo é não somente retomar as áreas conquistadas agora por Putin, mas também recuperar território tomado anteriormente, casos de Crimeia e Donbass.

“A Ucrânia irá recuperar seu território e seu povo”, disse o líder ucraniano em outubro de 2023. “Não deixaremos ninguém nas mãos dos ocupantes. Estamos utilizando todos os meios para garantir que esta guerra termine com a derrota dos ocupantes.”



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