19/06/2024 06:09:44

Mundo
20/05/2024 02:00:00

EUA impõem sanções devido ao fornecimento de armas pela Coreia do Norte à Rússia

Alvos das medidas são dois indivíduos e três empresas baseados no território russo. Pyongyang nega ter entregado armamento


EUA impõem sanções devido ao fornecimento de armas pela Coreia do Norte à Rússia

A Referência

O governo norte-americano anunciou na quinta-feira (16) um pacote de sanções em consequência do fornecimento de armas pela Coreia do Norte à Rússia durante a guerra da Ucrânia. Os alvos da medida, anunciada pelo Departamento de Estado, são cinco indivíduos e entidades baseados no território russo.

“A Rússia tem dependido cada vez mais da RPDC (República Popular democrática da Coreia, nome oficial da Coreia do Norte) para obter munições para travar a sua guerra contra a Ucrânia e disparou dezenas de mísseis balísticos fornecidos pela RPDC contra alvos na Ucrânia”, diz comunicado do Departamento de Estado para anunciar as sanções.

No texto, Washington destaca ainda o papel decisivo da Rússia ao vetar no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) a renovação do mandato do painel de monitoramento de sanções que fiscalizava as vendas de produtos controlados as norte-coreanos.

Departamento do Tesouro dos EUA, que impõe a punição, diz que o objetivo da medida é “interromper e expor as transferências de armas.” Os alvos são dois indivíduos e três empresas acusados de facilitar a entrega do armamento por Pyongyang a Moscou.

“O aprofundamento da relação RPDC-Rússia representa uma ameaça ampla à segurança global e ao regime internacional de não proliferação”, afirma o governo norte-americano no comunicado. “Continuaremos a tomar todas as medidas adequadas para combater a parceria desestabilizadora Rússia-RPDC e apelar a outros membros da comunidade internacional para se juntarem a nós.”

Após o anúncio das sanções, Kim Yo-jong, irmão do líder norte-coreano Kim Jong-un e apontada por muitos como mais forte candidata a sucedê-lo, contestou as alegações de Washington, conforme pronunciamento divulgado pela agência estatal norte-coreana KCNA.

Segundo a influente irmã do líder comunista, “as forças hostis estão enganando a opinião pública com um falso boato de que os sistemas de armas produzidos pela RPDC são ‘para exportação para a Rússia’.” Ela afirmou, ainda, que as armas produzidas no país são protegidas pela confidencialidade, sendo a exportação vetada.

“Não temos intenção de exportar as nossas capacidades técnicas militares para qualquer país ou de as abrir ao público”, diz ela no texto, que contém uma nova ameaça à Coreia do Sul. “Não escondemos o fato de que tais armas serão usadas para impedir que Seul invente qualquer pensamento preguiçoso.”

Aliança miliar

Parceiros de longa data, Rússia e Coreia do Norte já enfrentavam uma série de sanções globais antes do mais recente pacote anunciado por Washington. Moscou, por conta da invasão à Ucrânia, e Pyongyang, em consequência dos testes de armas nucleares que frequentemente promete usar em potenciais conflitos contra os EUA e a Coreia do Sul.

Após uma cúpula entre os líderes Vladimir Putin e Kim Jong-un no extremo leste da Rússia em setembro de 2023, o governo norte-americano afirmou que Pyongyang começou a fornecer armas à Rússia, uma denúncia que foi se fortalecendo com o passar do tempo. Durante a visita, Kim declarou “prioridade nos laços bilaterais”, expressando apoio à guerra contra Kiev.

Em outubro de 2023, Washington relatou envios de armas de Pyongyang para Moscou, estimando mais de mil contêineres de equipamento militar. No mês seguinte, Seul acusou o vizinho de enviar mais de um milhão de cartuchos de artilharia para a Rússia, e em fevereiro deste ano a Coreia do Sul afirmou que aproximadamente sete mil contêineres haviam sido entregues.

Uma investigação conduzida pela ONU fortaleceu as suspeitas ao revelar que os destroços de um míssil balístico que atingiu a cidade ucraniana de Kharkiv em 2 de janeiro deste ano pertencem a um modelo Hwasong-11 originário na Coreia do Norte.

Embora tenham confirmado a origem do míssil como sendo norte-coreana, os investigadores “não conseguiram identificar de forma independente de onde o míssil foi lançado, nem por quem”. Afirmam, entretanto, que “as informações sobre a trajetória fornecidas pelas autoridades ucranianas indicam que foi lançado de distância compatível com a do território da Federação Russa.”



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