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Um estudo do Instituto de Biologia (IB) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) confirmou a circulação do vírus mayaro (MAYV) entre humanos em Roraima. A pesquisa foi divulgada na revista Emerging Infectious Diseases, publicada pelo Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (ou CDC, na sigla em inglês),
Além da circulação, o estudo da Unicamp apontou uma possível transmissão urbana da doença conhecida como 'febre do mayaro', que tem sintomas semelhantes aos da dengue e da chikungunya, como dores no corpo, fadiga, artralgia, dor e inchaço nas articulações.
Em casos mais graves, os sintomas podem se prolongar por meses e o paciente pode desenvolver complicações sérias, como hemorragia, problemas neurológicos e até a morte. Ainda não foi desenvolvida uma vacina ou um tratamento específico para a doença.
O transmissor do vírus mayaro é o Haemagogus janthinomys, mosquito silvestre também conhecido por transmitir a febre amarela. Pesquisas já mostraram que o mayaro pode ser transmitido por outros mosquitos - o que aumenta a preocupação acerca da proliferação do Aedes aegypti no país.
Segundo o estudo, a presença do mayaro foi identificada em 3,4% das 822 amostras de pacientes coletadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Roraima (Lacen), entre os anos de 2018 e 2021. Em 60% dos casos, as pessoas testaram negativo para os oito vírus analisados, o que pode ser indício de circulação de novos patógenos.
O primeiro surto do vírus mayaro no Brasil aconteceu em 1955, na região próxima ao rio Guamá, no Pará. Desde então, existem registros de casos esporádicos e surtos localizados no país, especialmente nas regiões Norte e Centro-Oeste. O Rio de Janeiro e São Paulo também já tiveram registros de circulação.
O mayaro integra a lista nacional de doenças de notificação compulsória imediata, segundo a Portaria de Consolidação nº 4, de 28 de setembro de 2017.