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Os combates no leste da Ucrânia pioraram, com as tropas recuando em ao menos três pontos do front, informou um alto general de Kiev neste domingo (28/04).
Via Telegram, Oleksandr Syrskyi disse que seu contingente assumiu novas posições a oeste dos vilarejos de Berdychi, Semenivka e Novomykhailivka.
A pressão russa se intensifica enquanto Kiev aguarda a chegada de novas armas do Ocidente.
"A situação no front piorou", escreveu Syrskyi em uma rede social. Segundo ele, soldados russos atacam de diversas direções e estão em maior contingente e mais bem equipados, o que tem lhes rendido "conquistas táticas".
Nos últimos dias, as tropas de Moscou têm anunciado a tomada de diversos vilarejos no leste ucraniano, bem como avanços em regiões ainda em disputa. Ainda neste domingo, a informação mais recente no lado russo era da conquista de Novobakhmutivka em Donetsk, ao norte de Avdiivka, que está sob domínio russo desde fevereiro deste ano.
O avanço russo tem sido confirmado por observadores da guerra. "A Rússia deve ter ganhos táticos significativos nas próximas semanas, enquanto a Ucrânia aguarda a chegada do apoio americano no front", consta de análise do americano Instituto para os Estudos da Guerra (ISW). "Mas continua a ser improvável que as forças russas passem por cima da defesa ucraniana."
Após meses de bloqueio, os Estados Unidos aprovaram na semana passada um pacote no valor de R$ 61 bilhões em ajuda à Ucrânia
O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, pediu mais uma vez ao Ocidente a entrega de armas de defesa aérea. Bombardeios na noite de sexta para o sábado teriam danificado gasodutos, segundo ele.
Apesar dos apelos ucranianos, o chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, tem se recusado a fornecer mísseis Taurus a Kiev. O país aliado, contudo, concordou em disponibilizar um terceiro sistema de defesa aéreo do tipo Patriot – a tecnologia americana capaz de deter mísseis balísticos russos é altamente desejada por Zelenski.
Segundo o jornal americano The New York Times, a Rússia também investiu nos últimos dias contra a infraestrutura ferroviária ucraniana, em uma estratégia para atrasar a chegada de armas americanas.
O ministro de Defesa russo, Sergei Shoigu, foi claro sobre a tática: "Vamos aumentar a intensidade dos ataques a centros logísticos e bases de armazenamento de armas do Ocidente", disse na terça-feira.
Kiev, ao mesmo tempo, tem retaliado com drones, atacando refinarias russas de óleo e gás, bem como outros alvos em território russo – o dano exato provocado desses ataques é desconhecido, já que o Kremlin controla rigorosamente informações do tipo.