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Guerra
03/03/2024 00:00:00

Coreia do Norte põe indústria de defesa a serviço da Rússia e vira peça-chave na guerra da Ucrânia

Coreia do Sul afirma que Pyongyang entregou mais de três milhões de cartuchos de artilharia às tropas de Moscou desde agosto


Coreia do Norte põe indústria de defesa a serviço da Rússia e vira peça-chave na guerra da Ucrânia

Coreia do Norte vem desempenhando um papel crucial no esforço de guerra da Rússia, a ponto de ser apontada como fator determinante para o resultado do conflito. De acordo com o Ministério da Defesa da Coreia do Sul, fábricas de munição norte-coreanas operam “a plena capacidade” para equipar Moscou, com mais de três milhões de cartuchos de artilharia e 500 foguetes entregues ao aliado desde agosto de 2023. As informações são da rede CNN.

Shin Won-sik, ministro da Defesa sul-coreano, afirmou que Pyongyang tem cedido armas e munição a Moscou em troca principalmente de alimentos, a ponto de ajudar o país a estabilizar seus estoques e assim controlar um problema crônico de desabastecimento. Teriam sido entregues à Rússia cerca de 6,7 mil contêineres carregados com cartuchos de artilharia e foguetes.

Segundo Shin, as fábricas que produzem armas e munição para uso da própria Coreia do Norte operam com apenas 30% da capacidade, devido à escassez de matéria-prima e eletricidade no país afetado por sanções e pelo consequente isolamento. Já as fábricas que produzem os mesmos itens para uso da Rússia “operam a plena capacidade.”

Aliança decisiva

Ao avaliar a questão, o think tank Instituto Internacional de Estudos Estratégicos destacou a relevância do apoio norte-coreano a Moscou, em artigo assinado por Nigel Gould-Davies, pesquisador de política, economia e segurança da antiga União Soviética e especialista em Rússia e Eurásia. 

“A Rússia tem poucos aliados, mas a sua dependência de drones e mísseis balísticos do Irã e de munições da Coreia do Norte a aproximou de ambos”, diz Gould-Davies no artigo. “Dado que a Rússia e a Ucrânia dependem cada uma do apoio externo, as capacidades e escolhas dos Estados que fornecem a ambos os países determinarão o resultado da guerra.”

Munição de sobra

A aliança militar entre Rússia e Coreia do Norte se fortaleceu em setembro de 2023, quando ocorreu o encontro entre o líder comunista Kim Jong-un e o presidente russo Vladimir Putin em Moscou. Surgiram, então, especulações de que os dois países negociariam a compra e venda de armas ou munição para fortalecer o arsenal russo na guerra contra a Ucrânia.

A partir dali, têm se acumulado provas de que Pyongyang de fato ajuda Moscou a se armar. Em outubro, imagens de satélite coletadas pela empresa civil norte-americana Planet Labs indicaram movimentação intensa em um pátio ferroviário norte-coreano a apenas cinco quilômetros da fronteira russa, um sinal de que os dois países vinham realizando transações comerciais.

Na ocasião, Gary Samore, antigo coordenador da Casa Branca para controle de armas e armas de destruição em massa, disse que a Coreia do Norte tem grande estoque de munição para artilharia, tanques e foguetes e poderia enviar material antigo, da era soviética, ao aliado.

Novas sanções

Enquanto Seul afirma que cerca de 6,7 mil contêineres foram entregues a Moscou, o governo dos EUA trabalha com números ainda maiores. Na sexta-feira (23), um dia antes de a guerra completar dois anos, o Departamento de Estado fez um balanço do conflito e comentou o acordo entre Rússia e Coreia do Norte.

“Desde setembro de 2023, a RPDC entregou mais de dez mil contêineres de munições ou materiais relacionados com munições à Rússia”, disse o órgão governamental norte-americano. Por conta das transações, duas empresas russas foram sancionadas por Washington, acusadas de atuar no transporte do material militar.

A Referência

 



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