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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca, nesta terça-feira (13/2), para a primeira viagem internacional deste ano. Antes do giro pela África, o chefe do Executivo tirou os dias do Carnaval para ficar em Brasília, sem agenda oficial.
De qualquer forma, há expectativa de que o petista despache algumas orientações para os ministros antes de ficar uma semana fora do país. Alguns, como Alexandre Padilha (Relações Institucionais), estarão na capital federal, mas, a princípio, não trabalham.
Antes da viagem, Lula reforçou a agenda interna. Na sexta-feira (9/2), o presidente dedicou a manhã para uma conversa com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a fim de melhorar a relação entre Executivo e Legislativo, especialmente após o discurso de Lira na abertura do Ano Legislativo.
A conversa, segundo Padilha, reafirmou os papeis de cada ministro na relação com o Congresso Nacional. “Não existe qualquer tipo de clima que gere tensão, muito pelo contrário”, garantiu.
Lula também se reuniu com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e conversou com o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, por telefone.
Na quinta-feira (8/2), o petista participou de um jantar na Embaixada da Palestina, onde citou a viagem internacional. Para ele, é com o “espírito” de harmonia “que visitarei em alguns dias o Egito, a Liga Árabe e a Etiópia, dois novos integrantes do Brics, e participarei da 37ª Cúpula da União Africana”. Lula falou ainda sobre a guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas, da Palestina.
“Ontem, completaram-se quatro meses dos ataques perpetrados pelo Hamas. Condenamos de forma veemente esses atos terroristas. Condenamos com igual veemência a reação desproporcional de Israel. Atuei pessoalmente junto a vários chefes de Estado e de Governo em prol do cessar-fogo, da libertação dos reféns e da criação de corredores humanitários para a proteção dos civis”, destacou.
O petista viaja com algumas pendências e lançamentos a serem agendados, como o programa Voa Brasil — de passagens a R$ 200 para estudantes do ProUni e aposentados — e a discussão do novo ensino médio.
No Congresso, ainda serão pautadas a medida provisória (MP) da Reoneração e o veto presidencial às emendas parlamentares. O presidente retornará entre 19 e 20 deste mês.
A viagem tem como metas estreitar os laços do Brasil com os países visitados e demais chefes de Estado que estarão na Cúpula da União Africana. O Egito é um influente país também entre as nações árabes e auxiliou o Brasil para resgatar brasileiros da guerra entre Israel e Hamas pela passagem de Rafah.
O comércio no Egito também é atrativo para os brasileiros. Há expectativa pela aprovação de novos abatedouros e frigoríficos para exportação ao país africano. Também será pauta uma rota aérea para ligar São Paulo a Cairo.
Na Etiópia, o principal atrativo também é a entrada do Brasil no setor econômico e o prestígio do convite de Lula ter sido convidado a discursar na cúpula, geralmente composta apenas por nações africanas.
Em reuniões durante a viagem, o chefe do Executivo tratará também dos temas prioritários do G20, o Grupo dos Vinte, como combate à fome e desigualdade, agenda verde e relevância do Sul Global.
Em ano de eleições municipais, o chefe do Executivo se comprometeu a priorizar a agenda interna, mas deverá fazer um equilíbrio. Isso porque o Brasil está na Presidência do G20 até novembro.
Assim, Lula articula para receber líderes mundiais no Brasil. Em março, o petista receberá o presidente francês, Emmanuel Macron, em Brasília. É esperada também uma visita oficial do primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, no mesmo mês.
Metrópoles
