O autor de um sequestro ocorrido na noite desta quinta-feira (8) em um trem na Suíça foi morto durante uma operação policial para libertar os reféns, que foram salvos. O homem, "um solicitante de asilo" iraniano de 32 anos, estava armado com um machado e uma faca, indicaram a polícia e a promotoria do país, em uma coletiva de imprensa após o drama.
O sequestro durou das 18h35 às 22h30, no horário local. O homem forçou o maquinista a se juntar aos 14 passageiros que estavam no trem. O veículo ficou parado na estação de Essert-sous-Champvent, a poucos quilômetros do lago turístico de Neuchâtel, no oeste da Suíça.
Os passageiros alertaram a polícia, que negociou com o sequestrador pelo WhatsApp, com a ajuda de um intérprete de fársi, idioma mais falado no Irã. Sem sucesso nas negociações, os policiais decidiram entrar no trem às 22h15.
O grupo de intervenção conseguiu se posicionar entre o sequestrador e os 15 reféns. Um agente disparou contra o agressor quando ele avançou em sua direção com o machado levantado, informaram autoridades.
Em entrevista coletiva depois do drama, o porta-voz da polícia do cantão de Vaud, Jean-Christophe Sauterel, afirmou que o sequestrador se comunicava em fársi e inglês e a identificação do agressor ainda não havia sido concluída. As autoridades suíças abriram uma investigação para descobrir o motivo do sequestro.
Nesta manhã, Sauterel informou que não há evidências que apoiem que o ataque tenha motivação terrorista. "Nenhum elemento nos aponta para um ato terrorista. Nem terrorista nem jihadista", disse Sauterel, à agência de notícias Keystone-ATS. Ele indicou que as investigações continuam para esclarecer as circunstâncias do crime.
Quando questionados sobre se a guerra entre Israel e o Hamas poderia ter influenciado o ataque, a polícia e os procuradores presentes na coletiva não comentaram.
Um vídeo publicado na rede social X mostra o trem parado e várias explosões fortes, uma tática da polícia para afastar o sequestrador das vítimas, explicou Sauterel. A operação contou com cerca de 60 policiais, entre eles grupos de intervenção da cidade de Lausanne e atiradores da polícia cantonal de Genebra.
A tomada de reféns representa um crime bastante raro na Suíça. Se a identidade do autor for confirmada, o incidente poderá reforçar o principal partido político da Suíça, o UDC, de extrema direita. A legenda faz campanha para denunciar crimes e ofensas cometidos por estrangeiros e exigir uma política mais severa aos requerentes de asilo.
RFI