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04/12/2023 16:00:00

Mudanças Climáticas: '3ºC a mais em Teresina ou Cuiabá pode significar a diferença entre a vida e a morte'


Mudanças Climáticas: '3ºC a mais em Teresina ou Cuiabá pode significar a diferença entre a vida e a morte'

O ano de 2023 parece ter apresentado uma espécie de "amostra grátis" do futuro climático do planeta.

Só no Brasil, foram registradas oito grandes ondas de calorsecas sem precedentes na Amazônia e chuvas torrenciais, alagamentos e deslizamentos no litoral paulista e no Rio Grande do Sul.

Muitos desses eventos extremos, como são conhecidos pela Ciência, já apareciam nas projeções feitas pelos especialistas ao longo das últimas décadas.

Também é consenso que eles estão relacionados — e são potencializados — pelas mudanças climáticas causadas pela ação humana.

O tema está no centro dos debates da COP28, cúpula do clima organizada anualmente pelas Nações Unidas e que começa nesta quinta-feira (30/11) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Mas o que o futuro nos reserva? Como o Brasil já é e será cada vez mais afetado pelo aumento das temperaturas?

Segundo especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, o cenário traz, ao mesmo tempo, grandes ameaças e boas oportunidades.

Por um lado, o Brasil certamente sofrerá com ondas de calor intensas, períodos prolongados de seca e chuvas inclementes.

Por outro, há uma série de condições e características do território que, se bem aproveitadas, representam uma série de vantagens estratégicas para os brasileiros em comparação com outras partes do mundo — como o potencial de gerar energia limpa ou de reduzir rapidamente a emissão de gases do efeito estufa.

Entenda todos os detalhes desse cenário a seguir.

Aumento da temperatura média

Os registros históricos não deixam dúvidas: a temperatura média do planeta (e do Brasil) subiu de forma consistente desde o início da Revolução Industrial, a partir de meados dos séculos 18 e 19.

"Isso se deve a uma decisão tomada a partir dessa época, quando a geração de energia passou a ser baseada na queima de combustíveis fósseis, principalmente petróleo e carvão mineral", diz o meteorologista Gilvan Sampaio, coordenador geral de Ciências da Terra do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

A grande questão é que essa queima joga, de forma contínua, toneladas e mais toneladas dos famosos gases do efeito estufa na atmosfera — um dos principais deles é o dióxido de carbono (ou CO2).

Esses gases permanecem na atmosfera durante décadas (ou até séculos) e bagunçam a forma como o calor é dissipado. Para resumir, o resultado desse acúmulo é o aumento médio da temperatura ano após ano.

Esse fenômeno pode ser observado no gráfico a seguir, que traz dados do Brasil nos últimos 121 anos.

Em 1901, a temperatura média do país foi de 24,91ºC. Já em 2022, subiu para 25,54ºC.

O Brasil está ficando mais quente

Média de temperatura do ar na superfície no Brasil, 1900-2022

 


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