A Defesa Civil emitiu uma recomendação na noite desta terça-feira (28) para que seja evitada a circulação de pessoas e de embarcações na região do Mutange, um dos bairros de Maceió desocupados por causa do afundamento do solo. Por conta disso, o bloqueio na região foi ampliado (veja os pontos ao final do texto). O monitoramento no local foi intensificado depois do registro de pequenos tremores ocorridos recentemente.
Somente neste mês, foram cinco abalos sísmicos sentidos nos bairros do Mutange, Bebedouro e Pinheiro, segundo a Defesa Civil Municipal, que alertou, nesta quarta-feira (29), para o "risco iminente de colapso em uma das minas monitoradas".
"Senti os dois últimos tremores, um durante a madrugada de segunda para terça, quando minha cama começou a tremer e eu acordei muito assustada, e outro durante o dia, quando eu estava na rede, um leve tremor", relatou a moradora Lúcia Carvalho, que permanece na região afetada pela mineração.
A região tem 35 cavernas que foram abertas para extração de sal-gema, durante décadas de mineração, mas que estão sendo fechadas desde que o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) confirmou que a atividade realizada pela Braskem havia provocado o fenômeno na região.
Embora novos tremores tenham assustado quem mora na região, o coordenador-geral da Defesa Civil de Maceió, Abelardo Nobre, afirma que ainda não há qualquer indício de que a movimentação represente risco aos imóveis, mas que o caso está sendo investigado.
"Os tremores não apresentam um grau de risco ainda, pois tratam-se de abalos microssísmicos e não possuem energia suficiente para causar danos. Portanto, tranquilizamos a população e as atividades no local [fechamento das minas] foram paralisadas até segunda ordem para entendermos melhor o que está acontecendo", afirmou o coordenador-geral da Defesa Civil.
Os tremores também foram registrados pelo Observatório Sismológico de Brasília. O doutor em sismologia e professor da UNB, Lucas Barros, confirma a informação da Defesa Civil, de que não há risco, até o momento, para quem vive na região onde os tremores foram sentidos recentemente.
"O observatório sismológico da universidade de Brasília detectou um tremor de terra com magnitude de 1,7 com epicentro em Alagoas, mais precisamente em Maceió. Um abalo de magnitude pequena que dificilmente traz danos para as construções", afirmou Barros.
Porém, mesmo com todas as recomendações e os relatos da Defesa Civil e de outros órgãos, os moradores dizem ainda estar com muito receio e medo de algo mais grave acontecer.
"A gente só quer uma justificativa, não queremos ficar com esse temor de que a qualquer momento a gente tenha que sair das nossas casas e perder tudo", Carlos Pedrosa, síndico de um condomínio na região.
GazetaWw
eb