Desde as primeiras semanas de guerra, iniciada com a invasão das tropas russas em 24 de fevereiro de 2022, a Marinha da Rússia tem sido um alvo preferencial dos mísseis ucranianos. No sábado (4), Moscou anunciou mais um revés, ao confirmar que uma embarcação militar foi danificada em meio a uma chuva de mísseis disparados por Kiev. As informações são da agência Associated Press (AP).
De acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, 15 mísseis foram disparados pelas forças da Ucrânia contra o estaleiro de Zaliv, em Kerch, uma cidade no leste da região da Crimeia ocupada por Moscou. Desses, 13 foram derrubados pelos sistemas de defesa russos, mas dois atingiram o local e danificaram uma embarcação militar.
Embora tenha confirmado os danos, Moscou não deu maiores detalhes sobre a extensão deles ou mesmo sobre qual embarcação foi atingida. Já Kiev se manifestou através de Mykola Oleshchuk, comandante da Força Aérea ucraniana. Pelo Telegram, ele disse que o estaleiro atingido abriga “um dos navios mais modernos da Marinha Russa”, embora não tenha deixado claro que este foi o alvo.
Na mensagem, Oleshchuk comparou o episódio ao afundamento do Moskva, orgulho da frota russa, que veio a pique em abril de 2022. Moscou insiste em dizer que ele foi destruído por um incêndio que atingiu o depósito de munições, mas a inteligência ocidental diz que mísseis de cruzeiro disparados pelas forças ucranianas foram responsáveis pelo afundamento daquela embarcação, como agora.
Os constantes ataques realizados pela Ucrânia contra a frota russa do Mar Negro estacionada na Crimeia têm levado o Kremlin a repensar sua estratégia. Em outubro, Aslan Bzhania, líder separatista local da Abecásia, na Geórgia, afirmou que a região receberia embarcações russas em breve, numa possível tentativa de afastar os navios de guerra do alcance dos mísseis ucranianos.
“Assinamos um acordo, e em um futuro próximo haverá um ponto permanente de implantação da Marinha russa no distrito de Ochamchira”, disse Bzhania no mês passado ao jornal Izvestia, acrescentando que o objetivo do acordo é “aumentar a capacidade de defesa tanto da Rússia como da Abecásia.”
Se o afundamento do Moskva ainda representa um dos maiores sucessos da Ucrânia na guerra, não é o único. No dia 13 de setembro, um grande bombardeio atingiu ao menos um navio de desembarque e um submarino russos na Crimeia. A Rússia confirmou o ataque, que teria sido realizado por dez mísseis de cruzeiro, sete deles supostamente abatidos pelas forças de Moscou, e três drones, todos neutralizados.
Conforme dados divulgados periodicamente pelas forças de defesa da Ucrânia através da rede social X, antigo Twitter, 20 embarcações russas já foram atingidas desde o início da guerra. Kiev calcula, ainda, que mais de 305 mil soldados das Forças Armadas da Rússia foram mortos ou feridos. Não está, claro, no entanto, se houve alguma baixa no recente ataque ao estaleiro da Crimeia.
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