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Política
12/10/2023 10:00:00

Somente 13 estados brasileiros possuem serviços do SUS voltados para pessoas trans

De acordo com o Ministério da Saúde, são 21 ambulatórios e hospitais que estão habilitados.


Somente 13 estados brasileiros possuem serviços do SUS voltados para pessoas trans

No Brasil, apenas 13 estados possuem serviços habilitados pelo Ministério da Saúde de atenção integral às pessoas trans. Esse atendimento especializado é importante para essa parte da população que sofre muito com o preconceito.

Estima-se que existam 4 milhões de pessoas transgêneros ou não binárias no país. O consultor de consórcio Lucas Ritter Barbosa é uma dessas pessoas e conta ao Jornal Hoje o quanto conviveu com o preconceito e constrangimento ao procurar atendimento médico.

"Acaba que muita gente cria bloqueios por ter passado por não uma, mas várias situações que as pessoas depois preferem não pedir ajuda, né?", fala.

De acordo com o Ministério da Saúde, são 21 ambulatórios e hospitais que estão habilitados a prestar serviços especializados pelo SUS para essa população, o que é considerado insuficiente.

Em toda a região Norte, por exemplo, existe apenas um serviço exclusivo para pessoas trans.

Na região Sul, o enfermeiro Joe Carneiro mora em Ijuí, mas o ambulatório com atendimento especializado mais próximo fica a 170 quilômetros de distância. "Questão de ter uma oferta de serviço de saúde adequada, quanto psicólogo, um acesso mais fácil", diz.

Só 13 estados têm serviços habilitados pelo Ministério Público — Foto: TV Globo/Reprodução

Só 13 estados têm serviços habilitados pelo Ministério Público — Foto: TV Globo/Reprodução

Um exemplo do número reduzido de serviços especializados para a população trans é o ambulatório em Santa Maria (RS). Criado para atender uma população de 30 municípios gaúchos, um ano e meio depois do início dos serviços, já recebeu pacientes de 135 cidades.

"São municípios que às vezes estão a 6 horas de distância de deslocamento até a cidade de Santa Maria, o que muitas vezes inviabiliza o paciente vir várias vezes no atendimento", relata o psicólogo do ambulatório trans de Santa Maria Thadeu Lucca.

Para quem enfrenta o preconceito, ser atendido num lugar especializado com respeito e dignidade, é fundamental. “Chegando aqui, eles percebem que existe o acolhimento de segurança, um olhar com cuidado, afeto, respeito... É a garantia básica de qualquer ser humano de se sentir acolhido e respeitado”, completa Lucca.

Fila de espera

Em Porto Alegre, o Hospital das Clínicas é referência em cirurgias de redesignação sexual, como é chamado o procedimento de mudança das características sexuais e genitais das pessoas trans. Por causa da falta de serviço em outros estados, o local acaba recebendo pacientes de todo o país.

"Nós tivemos quase dois anos sem cirurgia por causa da pandemia, como ocorreu com várias cirurgias eletivas. Então, nós ficamos com um problema de escoamento", fala a médica Maria Inês Lobato.

Foram mais de 300 cirurgias desde 2013 e, por causa da demanda, a espera é longa, podendo chegar a quatro anos. Atualmente, são quase 100 pessoas na fila.

Procurado pelo Jornal Hoje, o Ministério da Saúde disse que cabe aos gestores estaduais e municipais o planejamento para a estruturação da rede, solicitando habilitação dos estabelecimentos de saúde.

A Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul disse que, desde 2020, três serviços ambulatoriais foram habilitados e que trabalha para ampliar o número de atendimentos. A secretaria informou ainda que a hospital de Rio Grande, no sul do estado, foi habilitado em junho deste ano para prestar serviço de modalidade ambulatorial e hospitalar à população trans.

Fonte G1

 



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