Em um mundo cada vez mais conectado, as redes sociais tornaram-se uma extensão de nossas vidas. Considerando que em 2022 mais de 3,6 bilhões de pessoas estavam conectadas nas redes sociais, não faltam pessoas compartilhando momentos, opiniões, gostos e desgostos, mas até que ponto essa exposição é segura? E quais são os impactos dessa exposição contínua em nossa saúde mental? Confira a seguir 5 riscos ao expor informações pessoais em postagens nas redes sociais:
- Vulnerabilidade à crimes cibernéticos: Ao compartilhar informações pessoais, como endereço, local de trabalho ou detalhes de viagens, você pode se tornar um alvo para criminosos. Por exemplo, um ladrão pode usar a informação de que você está de férias para invadir sua casa, sabendo que ela estará vazia.
- Exposição a abusos e cyberbullying: Comentários negativos e humilhação pública podem surgir a partir de postagens pessoais. Uma foto compartilhada inocentemente pode ser manipulada ou compartilhada fora de contexto, levando a situações de bullying ou difamação.
- Riscos à privacidade: Ao compartilhar detalhes da sua rotina diária, você pode inadvertidamente fornecer informações que permitam a alguém monitorar seus movimentos. Por exemplo, postar fotos regularmente em um café local pode informar a um stalker seus hábitos e horários.
- Manipulação e uso indevido de informações: Empresas e anunciantes podem coletar e analisar suas postagens para criar perfis detalhados sobre seus hábitos e preferências. Isso pode levar a uma publicidade direcionada invasiva ou, em casos mais extremos, a tentativas de phishing usando informações que você forneceu online.
- Distorção da realidade: A pressão para retratar uma vida “perfeita” online pode levar a uma representação distorcida da realidade. Por exemplo, alguém pode postar fotos de momentos felizes, omitindo momentos de tristeza ou dificuldade, o que pode criar uma sensação de inadequação entre os seguidores que comparam suas vidas reais com a “vida perfeita” retratada online.
Para Thiago Thomal, líder da equipe de consultoria de Segurança da Informação da NTT Ltda, “mostrar demais pode ser perigoso”. “Pode conectar, mas também nos deixa expostos. Precisamos ser educados e conscientes sobre isso”, diz. Além do aspecto técnico, a exposição excessiva nas redes sociais pode ter consequências profundas na saúde mental dos indivíduos. Vivemos em uma era digital, na qual as redes sociais se tornaram uma extensão de nossa identidade e meio principal de interação. No entanto, essa constante conexão e exposição têm seu preço. A psicanálise, uma abordagem profunda da mente humana, oferece insights sobre como essa exposição contínua pode afetar nossa psique. Aqui, exploramos 5 impactos mentais que o excesso de exposição na internet causa segundo a psicanálise.
- Narcisismo exacerbado: A constante busca por validação através de curtidas, comentários e compartilhamentos pode intensificar traços narcisistas. Indivíduos podem começar a basear seu valor próprio no feedback das redes sociais, tornando-se excessivamente focados em sua imagem online. Por exemplo, uma pessoa pode postar uma foto esperando um certo número de curtidas e, se não alcançar essa marca, pode sentir-se inadequada ou rejeitada.
- Ansiedade e depressão: A comparação constante com a vida “perfeita” dos outros, frequentemente retratada nas redes sociais, pode levar a sentimentos de inadequação. Alguém pode ver fotos de amigos em férias exóticas ou celebrando conquistas e sentir que sua própria vida não é boa o suficiente, levando a sentimentos de desesperança e tristeza.
- Isolamento social: Embora as redes sociais sejam uma ferramenta de conexão, o uso excessivo pode resultar em isolamento na vida real. Uma pessoa pode preferir interagir virtualmente em vez de buscar interações face a face, perdendo a profundidade e a riqueza das conexões humanas reais. Por exemplo, alguém pode optar por assistir a histórias no Instagram em vez de sair com amigos, perdendo experiências valiosas.
- Distúrbios de imagem corporal: A constante exposição a padrões de beleza muitas vezes inatingíveis pode levar a uma percepção distorcida do próprio corpo. Alguém exposto a imagens de modelos com corpos “perfeitos” pode começar a sentir que seu próprio corpo não é bom o suficiente, levando a comportamentos prejudiciais, como dietas extremas ou obsessão por exercícios.
- Dependência digital: Assim como qualquer vício, a dependência das redes sociais pode interferir na vida diária. Uma pessoa pode verificar compulsivamente suas notificações, mesmo em situações inapropriadas, como durante uma reunião de trabalho ou jantar em família. Esse comportamento pode ser comparado ao de um viciado que não consegue resistir à substância de sua dependência, mesmo sabendo de seus efeitos nocivos.
Luciane Batista, que atua na NTT Ltd. como IT Consultant e GTM Leader de Cybersecurity, faz um alerta: “Quando enxergamos tantas vidas perfeitas nas redes, acabamos nos comparando. Isso impacta em nossa autoestima. E tem mais, essa necessidade de mostrar tudo pode ser um sinal de ‘vício digital'”. “Nos dias atuais a necessidade de manter a vida particular resguardada nessas plataformas é inegável. Ao compartilhar excessivamente detalhes pessoais, corremos o risco de nos expor a julgamentos precipitados, invasões de privacidade e até mesmo a situações de risco”, pontua Edgard Mitre, CEO da EMX Tecnologia e Especialista em Privacidade. Em conclusão, enquanto as redes sociais oferecem uma plataforma para conexão e expressão, é essencial estar ciente dos riscos associados e dos impactos potenciais na saúde mental. A moderação, a consciência e o cuidado são fundamentais para navegar no mundo digital de hoje. Assuntos como esse são tratados constantemente no PrivacyCafé, um Clube de Debates Avançados que vai além da Segurança da informação, Privacidade e LGPD.
Fonte Jovem Pan