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Por O Dia Mais
Cerca de sete horas após matar dois irmãos no Povoado Olho d’Água do Amaro, na zona rural de Santana do Ipanema, Sertão de Alagoas, o estudante Lucas Alves, de 26 anos, foi preso por guarnições da Polícia Militar de Canindé do São Francisco, em Sergipe. Segundo a família, o suspeito do assassinato possui distúrbios psiquiátricos.
As vítimas, Lucas Matheus da Silva, de 22 anos, que durante o dia trabalhava em uma loja comercial em Santana e o irmão, Erick Alves da Silva, de 18, estudavam a noite na Escola Professor Mileno Ferreira da Silva, na mesma cidade do interior de Alagoas.
Uma das versões do crime aponta que após as aulas, os irmãos, na companhia de outros estudantes, entre eles o suspeito, que estudava em outra escola, retornavam para casa num ônibus escolar por volta das 22h40 e ao descerem próximo de onde residiam teriam sido atacados pelo criminoso que estava armado com uma faca. Erick morreu na hora com um golpe na garganta, enquanto que o irmão, mesmo ferido, conseguiu andar até em casa, deitando na calçada da residência, onde pediu encontrou com sua avó. Segundo testemunhas, a vítima pedia para que ela não o deixasse morrer.
O desespero de familiares e vizinhos foi grande. Eles afirmam que tentaram pedir ajuda ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não conseguiram. No povoado não existe ambulância e o próprio motorista do ônibus escolar ajudou Matheus, que dizia que iria se formar em medicina veterinária, a colocá-lo dentro do veículo e leva-lo para o Hospital Regional Clodolfo Rodrigues de Melo. Mas o jovem sangrava bastante e morreu antes de chegar ao hospital.
O suspeito preso, que estuda na Escola Municipal de Educação Básica Iracema Salgueiro Silva, em Santana, conforme versão da família das vítimas, a cerca de duas semanas, teria se desentendido com os dois irmãos após um deles ter batido com a perna em um dos joelhos de Lucas Alves.
As testemunhas que o problema foi causado porque durante o trajeto do veículo escolar, por conta de um buraco na estrada, um dos irmãos teria perdido o equilíbrio e batido no joelho do criminoso, que não aceitou o pedido de desculpas.
Porém, uma versão apresentada pela família do assassino surpreende. Os familiares de Lucas Alves afirmam que ele tem distúrbios mentais e já tentou suicídio por mais de cinco vezes, atentando também contra os parentes e até animais. Lucas, que morava com a família em Canindé, era casado e vivia sob tratamento e medicamentos controlados, mas por conta dos surtos a esposa pediu a separação e levou o filho do casal, uma criança de seis anos.
Após a separação do casal, o suspeito teria parado com o tratamento e se recusava tomar os remédios, voltando a ter os surtos quase que semanalmente.
Temendo pela vida, os familiares dele o levaram para Santana, onde Lucas morava sozinho, numa casa sem energia, onde a alimentação era levada por pessoas pagas pela mãe. Recentemente a mãe procurou o Centro de Atenção Psicossocial (Caps), de Santana do Ipanema, onde fez um relato sobre a situação mental do filho, pedindo para que ele fosse internado antes de se matar ou atentar contra a vida de alguém. No Caps a informação dada a ela teria sido que “em breve iriam vê-lo”.
Lucas Alves está preso no Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) em Batalha, onde foi ouvido pelo delegado de plantão.
