Geóloga diz que tremores de terra em Arapiraca são um processo geológico natural: “Não há motivo para preocupação

Por Cada Minuto

Após os dois tremores de terra sentidos no município de Arapiraca, sentidos na sexta-feira (25/08) e na segunda-feira (28/08), surgiram muitas dúvidas quanto às causas do fenômeno e, principalmente, o que pode acontecer na região futuramente.

O Cada Minuto conversou com a geóloga Rochana de Andrade Lima, professora do Curso de Engenharia Civil e Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade Federal de Alagoas (CTEC-Ufal), que falou sobre o que aconteceu no município do Agreste.

“Não há motivo para preocupação, de jeito nenhum, e não há motivo para alarde”, acalmou a profissional. Ela conta que o fenômeno é natural na região e, no portal do laboratório da Universidade do Rio Grande do Norte, é possível ver relatos semelhantes em outros municípios, como Craíbas e Anadia, por exemplo.

Rochana explicou que se trata de um processo geológico natural, que não causará problemas à região. No mapa geológico do estado, as falhas já estão mapeadas e é possível que haja acomodações de vez em quando, resultando nesses abalos. 

“Não vamos ter nenhum processo como aquele do Estados Unidos, na parte de Los Angeles, de São Francisco. Porque ali são processos geológicos de maior intensidade, são choque de placas. Aqui são acomodações nas falhas geológicas”, disse. 

“Usando uma analogia, é como se fosse um ovo com a casca toda quebrada. Então, de vez em quando, essa casca quebrada se acomoda. É só isso. Não tem problema nenhum”, reforçou. 

Responsabilidade da mineradora

Logo após o abalo ser sentido em Arapiraca, muitas pessoas passaram a especular se o tremor teria sido causado pela atividade de uma empresa mineradora. Rochana descartou a possibilidade, reiterando que as causas são totalmente naturais.

“Esses pequenos abalos, pequenas acomodações, geologicamente são naturais. Não tem que ter alarde, nem acusar a mineradora. Porque esse processo não é a mineradora que causa”, falou.

Segundo a geóloga, a intensidade do evento “depende da região, se é muito habitada, se é pouco habitada”. Ela exemplificou outros casos, como o de Igreja Nova, em fevereiro deste ano, que teve um tremor de 2,4. Caruaru também tem casos com intensidades maiores, chegando a 3,4. 

O que aconteceu

Na última sexta-feira (25), moradores de Arapiraca se assustaram com um tremor 2.1mR, registrado por às 16h34 e confirmado pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP). Um novo tremor de terra foi registrado nessa segunda-feira (28), de magnitude 1.5 mR.

Arapiraca registrou, ao todo, três tremores no mês de agosto.