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Acidente
02/08/2023 04:00:00

França inicia retirada de cidadãos do Níger após ataque à embaixada em Niamey

O Ministério das Relações Exteriores da França anunciou nesta terça-feira (1) que começará a retirar seus cidadãos do Níger, palco de um golpe militar na semana passada

França inicia retirada de cidadãos do Níger após ataque à embaixada em Niamey

Com RFI

"Diante da degradação da segurança no Níger, uma operação de evacuação por via aérea está sendo preparada", indicou a embaixada francesa em Niamey por meio de um comunicado. Segundo a nota, além de cidadãos da França, outros indivíduos de nacionalidade europeia que desejarem podem ser retirados do Níger. 

A justificativa para a evacuação dos franceses, segundo o comunicado, são "as violências contra a embaixada", no domingo (30), além do "fechamento do espaço aéreo que deixa nossos compatriotas sem possibilidade de deixar o Níger por meios próprios". As mídias também evocam a ascensão de "um sentimento antifranceses" no Níger, palco de um golpe militar na última quinta-feira (27) que tirou Mohamed Bazoum da presidência.

Os insurgentes que tomaram o poder também acusam a França de querer intervir militarmente no país. A informação foi desmentida pela chefe da diplomacia francesa, Catherine Colonna, em entrevista ao canal BFMTV. "É preciso reagir às falsas informações e não cair em armadilhas", indicou. No domingo (30), o presidente Emmanuel Macron ameaçou responder "de maneira imediata e firme" a qualquer ataque contra cidadãos franceses no Níger. 

"Declaração de guerra"

Na noite de segunda-feira (31), o Burkina Faso e o Mali afirmaram que qualquer intervenção militar para levar Bazoum de volta ao poder será considerada como "uma declaração de guerra". Os dois países também ameaçam deixar a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) e adotar medidas "de legítima defesa em apoio às Forças Armadas e ao povo do Níger". 

No domingo, os dirigentes da Cedeao deram um ultimato à junta militar no Níger para "um retorno completo à ordem constitucional", afirmando não excluir "um recurso à força". Também decidiram suspender todas as transações comerciais e financeiras entre os Estados-membros da comunidade e o Níger e congelar os bens dos insurgentes envolvidos no golpe. 

Países ocidentais aliados da Cedeao também pressionam a juntar militar a restabelecer a ordem no Níger, um país considerado essencial na luta contra os grupos jihadistas. A França e os Estados Unidos contam com 1.500 e mil soldados, respectivamente, em território nigerino. 

O presidente do Chade, Mahamat Idriss Déby Itno, viajou a Niamey, onse se reuniu com Bazoum na residência presidencial, onde segue detido por militares desde a semana passada. Também conversou com o general Abdourahamane Tiani, chefe da junta. No entanto, até o momento, a situação do Níger segue sob impasse. 

O Níger é um dos países mais pobres do mundo, apesar de seus recursos de urânio. Alvo de ataques de grupos ligados ao grupo Estado Islâmico e à Al-Qaeda, é a terceira nação da região a sofrer um golpe desde 2020, depois de Mali e Burkina Faso.

(Com informações da AFP)