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Com Tribuna Hoje
Depois de terem protocolado uma denúncia junto a ouvidoria da ARSAL, a Agência Reguladora de Serviços Públicos de Alagoas, empresários de restaurantes e hoteleiros ligados a AMITUS, que é a Associação de Turismo Sustentável de São Miguel dos Milagres, única entidade que reúne boa parte do trade turístico de um dos principais destinos turísticos do estado, vão formalizar outra denúncia, agora junto ao Ministério Público, contra a empresa Verde Ambiental Alagoas, que venceu em março de 2022 o leilão para prestar, durante 35 anos, os serviços de água e esgoto nos municípios do bloco B, formado por cidades do Litoral Norte e Zona da Mata. CONFIRA O VÍDEO ABAIXO.
Os empresários, entrevistados com exclusividade pela reportagem da Tribuna Independente, que esteve em São Miguel dos Milagres, denunciam a forma de cobrança praticada pela empresa, que segundo eles, estão cobrando de pessoas Jurídicas, tipo pousadas, pela quantidade de quartos existentes na mesma. Exemplo: se o empreendimento tem oito quartos, será cobrado oito taxas mínimas de consumo, cada taxa no valor de R$ 75,00 por quarto, totalizando R$ 600,00, que seria nesse caso a taxa mínima de consumo, fora o consumo real registrado pelo hidrômetro.
Mobilização
Eduardo Alves, proprietário da Pousada Praia Bonita, em São Miguel dos Milagres, um dos diretores da AMITUS, ficou totalmente desorientado com essa nova forma de cobrança, já que desconhece totalmente esse tipo de prática abusiva nas tarifas.
“Tentamos argumentar para entender que tipo de mudança teria ocorrido nessa nova modalidade de cobrança. Os funcionários da Verde Alagoas afirmaram que teria sido uma autorização da ARSAL. Sem nem mesmo tendo tempo de entender, muitos tiveram a água cortada por falta deste pagamento absurdo. Entramos em contato com a ARSAL, que afirmaram desconhecer essa situação, nos aconselhando a protocolar uma denúncia, a de número 03992/2023. E foi o que fizemos”.
Agora, o próximo passo dos empresários é fazer a mesma denúncia junto ao Ministério Público Estadual. José Veloso, que já foi presidente da AMITUS, e é dono do Manzuá Restaurante, afirmou que a denúncia junto do MPE parece ser um caminho que permitirá o esclarecimento desta situação. “É constrangedor para os empresários, que além de conviver com a péssima qualidade da água distribuída, sempre amarelada e com gosto de cloro, pagar valores absurdos, com aumento de até 300 por cento nos últimos meses. A venda do SAE não se concretizou em nenhuma melhoria e todos estão sofrendo”.
Beto Lima, proprietário de um pequeno restaurante, o Quintal, que só abre a partir das 18 horas, teve aumento de tarifa de mais de 500 por cento em apenas dois meses. E de nada adiantou suas reclamações.
Teve a água cortada e teve que arcar com o prejuízo. Agora pretende se juntar aos denunciantes.
Empresa atende 27 municípios alagoanos
Mas as denúncias contra a empresa começaram desde o ano passado, primeiro pelos moradores. A Verde faz a coleta e tratamento de esgoto nos 27 municípios.
Em 19 deles, a Casal continua fazendo a captação de água e a Verde Alagoas será responsável pelo reservamento e distribuição da água, além da cobrança. Já em outros municípios, incluindo São Miguel dos Milagres, que eram atendidos pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto, a empresa é responsável por todo o processo de captação, tratamento e distribuição da água, além da cobrança.
Depois é que nenhum investimento foi feito até o momento pela empresa, com a troca de tubulações que já tem 30 anos, aumento de residências atendidas e qualidade da água potável distribuída.
O líder comunitário e ex-servidor público, David Ferreira, já tinha denunciado o aumento de tarifas já no ano passado. “A tarifa de água foi parar nas estrelas, com aumento de mais de 300 por cento. Até quando gestores vão continuar usurpando valores que deveriam ser revertidos em prol da população e nada acontece”, afirmou David Ferreira.
Inclusive, na época, um grupo de vereadores prometeram levar o caso até a Promotoria do Passo de Camaragibe contra o aumento da tarifa de água, que em muitos casos supera os 300 por cento, considerado totalmente abusivo. Inclusive, neste tema, o vereador Glauber já solicitou à Verde Ambiental que a população de baixa renda deixe de pagar o valor da tarifa aplicado, por exemplo.
