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Saúde
15/07/2023 18:00:00

OMS classifica aspartame como 'possivelmente cancerígeno', mas ainda é seguro em níveis atuais

Decisão que envolve um dos adoçantes mais utilizados no mundo foi tomada com base em evidências científicas fracas, dizem especialistas


OMS classifica aspartame como 'possivelmente cancerígeno', mas ainda é seguro em níveis atuais

Fonte R7

Um dos adoçantes mais populares do mundo é um “possível carcinógeno", mas permanece seguro para consumir em níveis já acordados.

É o que afirmam dois grupos ligados à OMS (Organização Mundial da Saúde), que se pronunciaram nesta quinta-feira (13), após uma série de reuniões.

O vídeo divulgado pela OMS mostrou especialistas dos painéis discutindo as descobertas em uma coletiva de imprensa na quarta-feira.

"Portanto, o grupo de trabalho classificou o aspartame como possivelmente cancerígeno para humanos, ou seja, o Grupo 2B, com base em evidências limitadas de câncer em humanos", diz um dos representantes da agência.

O aspartame é um dos adoçantes mais utilizados pela indústria de alimentos e bebidas no mundo. 

A decisão põe o aspartame na mesma categoria que o extrato de aloe vera e os tradicionais vegetais asiáticos em conserva.

Embora as descobertas possam causar algum alarme, o chefe de nutrição da OMS, Francesco Branca, minimizou a probabilidade de produtos adoçados com aspartame realmente causarem câncer.

"A conclusão desta avaliação não mostra que o consumo de produtos que contêm adoçantes leva automaticamente a um impacto na saúde. Tendo uma ingestão diária aceitável, significa que é possível consumir certa quantidade de aspartame sem ter efeitos apreciáveis na saúde. Essa quantidade é uma boa grande quantidade."

A ingestão diária aceitável é de 40 mg de aspartame por quilo de peso corpóreo. Na prática, um indivíduo adulto com 60 kg pode consumir até 2,4 g sem risco à saúde. 

Vários cientistas não associados às análises disseram que as evidências que ligam o aspartame ao câncer são fracas.

As associações da indústria de alimentos e bebidas afirmaram que as decisões mostraram que o aspartame é seguro e uma boa opção para pessoas que desejam reduzir o açúcar em sua dieta.

Mas outros disseram que as descobertas devem levar a mudanças, incluindo o CSPI (Centro de Ciência de Interesse Público) dos EUA e um de seus principais cientistas, Thomas Galligan.

"Isso é algo que a indústria, os consumidores e os reguladores realmente precisam tomar conhecimento. Isso é muito preocupante. O CSPI gostaria que a indústria começasse a reformular seus produtos, usar alternativas mais seguras e ajudar os consumidores a evitar e minimizar sua exposição ao aspartame. Da mesma forma, os formuladores de políticas também podem levar em consideração essa avaliação muito importante e confiável e começar a tomar medidas para proteger os consumidores também."

Antes do anúncio, alguns médicos expressaram preocupação de que os consumidores de refrigerantes dietéticos pudessem agora mudar para bebidas calóricas e açucaradas.

Therese Bevers, diretora médica do Centro de Prevenção do Câncer da Universidade do Texas, em Houston, disse à Reuters:

"A possibilidade de ganho de peso e obesidade é um problema muito maior e um fator de risco maior do que o aspartame jamais poderia ser".

Mas a OMS e outros ressaltam que os consumidores confrontados com a decisão entre uma bebida açucarada e uma com adoçantes devem considerar uma terceira opção.

Um dos órgãos envolvidos na decisão foi a Apic (Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer), um braço da OMS. A entidade, todavia, é criticada por causar preocupações desnecessárias na população com suas afirmações.

A agência já incluiu o trabalho noturno, o consumo de carne vermelha e o uso de telefones celulares como potenciais causadores de câncer.

Brasil

No Brasil, a Abiad (Associação Brasileira de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres) emitiu uma nota em que concorda com a decisão dos órgãos ligados à OMS.

"A Abiad reitera seu compromisso em promover a disseminação de informações embasadas em evidências científicas e a garantia da segurança alimentar. Continuaremos monitorando atentamente os avanços científicos nessa área e colaborando com as autoridades competentes para assegurar que os consumidores tenham acesso a alimentos seguros e de qualidade", diz a associação.

 



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