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Saúde
31/05/2023 09:00:00

AL tem alta no nº de casos de internações de crianças com vírus que pode causar bronquiolite e pneumonia


AL tem alta no nº de casos de internações de crianças com vírus que pode causar bronquiolite e pneumonia

Alagoas registrou um aumento nos casos de internações de crianças com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nas últimas seis semanas, segundo boletim InfoGripe divulgado pela Fiocruz. O vírus sincicial respiratório (VSR) pode causar pneumonia e bronquiolite.

Ao Cada Minuto, Ana Carolina Ruela, pediatra da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), explica que o aumento de casos dessas doenças ocorre principalmente durante o inverno, devido à queda da temperatura e à tendência de aglomeração de pessoas em ambientes fechados. Essa condição propicia a disseminação do VSR, um dos principais causadores dessas infecções.

“É necessário reforçar os cuidados básicos de higiene como lavagem frequente das mãos com água e sabão e limpeza dos objetos que podem estar contaminados, como os brinquedos”, destacou.

Fatores de risco e sintomas

Questionada sobre os fatores de risco para o desenvolvimento da Bronquiolite, a pediatra mencionou que o baixo peso ao nascimento, prematuridade, doenças pulmonares crônicas, cardiopatias congênitas, imunodeficiência, exposição à fumaça de cigarro e frequentar ambientes aglomerados são alguns dos principais elementos que aumentam a suscetibilidade das crianças a essa condição.

Quanto à pneumonia infantil, Ruela destacou que é considerada grave quando ocorre em crianças menores de dois meses, com sintomas como tosse intensa, dificuldade respiratória e frequência respiratória elevada. De acordo com ela, nessas situações, a recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria é a internação hospitalar.

A pediatra avalia ainda que os sintomas como nariz escorrendo, febre, tosse, chiado ao respirar e falta de ar podem ser comuns a ambas doenças. “É preciso uma consulta e exame físico minucioso com auxílio da oximetria e, em algumas situações, exames, como:  exames de sangue, raio-x de tórax ou outros. Em algumas situações, pode ser necessário  iniciar  antibiótico”, explicou.

Ela ponderou que não existe um medicamento específico para tratar a doença. No entanto, é possível aliviar os sintomas por meio de inalação com soro fisiológico, lavagem nasal também com soro fisiológico, além de manter a hidratação adequada e uma alimentação balanceada.

Em relação às complicações mais comuns da Bronquiolite e da Pneumonia, a médica enfatizou que a baixa saturação de oxigênio pode representar risco à vida em ambas as doenças. “A complicação mais grave das duas doenças é a insuficiência respiratória, que acontece quando os mecanismos de compensação da criança falham e são necessários suportes ventilatórios como máscaras de oxigênio, ou respiradores artificiais”.

“Posição de total vulnerabilidade”

Ao Cada Minuto, a advogada Bruna Sales relatou sua experiência como mãe durante a época em que seu filho teve bronquiolite. Bruna conta que não conhecia a enfermidade e que aprendeu sobre ela na prática

Ela explica que seu bebê tinha apenas 33 dias de vida quando ficou doente e que os primeiros sinais foram muita secreção nasal.

“Vínhamos fazendo os cuidados em casa com lavagem nasal, porém um dia ele acordou com uma tosse diferente e apresentando um esforço respiratório. Na hora, percebi que o padrão de respiração não era igual ao que comumente estávamos habituados a ver, mesmo quando secretivo”, relata a advogada.

Por ter um oxímetro infantil em casa, Bruna conseguiu perceber que a saturação do seu filho estava em 85 e, foi nesse momento, que ela decidiu levá-lo para a emergência, pois era recém-nascido e tinha uma imunidade fraca ainda.

“Ele chegou no hospital e foi colocado no suporte de oxigênio. Após diagnóstico, foi encaminhado para Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A evolução da doença é muito rápida, antes mesmo das primeiras 24 horas o quadro piorou e ele precisou ser entubado, permanecendo assim por 13 dias”, esclarece a mãe.

Ainda de acordo com Bruna, seu filho ficou um total de 19 dias internado e necessitou de várias intervenções medicamentosas, inclusive drogas vasoativas. Todo o tratamento foi feito com fisioterapia respiratória, além das medicações. Ela alega que segue até hoje com os cuidados mesmo após quase 30 dias de alta.

A advogada diz que, os dias em que seu filho esteve internado, foram exaustivos: “Ver seu filho doente, principalmente tão pequeno, entubado, sem nenhuma reação, te coloca em uma posição de total vulnerabilidade. Neste tempo, eu tinha segurança e muita fé que Deus estava cuidado de tudo e que, além dele, somente a equipe de saúde podia fazer algo”, salienta.

Hoje em dia, ela fala que toma muito mais cuidado no que se refere ao contato de seus filhos com outras crianças e outras pessoas, para evitar a circulação de doenças.

Pneumonia ou bronquiolite?

O infectologista Fernando Maia, explica que uma das principais diferenças entre a Bronquiolite e a Pneumonia é a gravidade da infecção.

“A Bronquiolite é um quadro mais leve, é a inflamação dos pequenos brônquios do pulmão, já a pneumonia é uma inflamação mais severa porque atinge diretamente o tecido pulmonar”, justifica o infectologista.

As duas doenças são parecidas e comumente conhecidas como infecções pulmonares. Tanto uma, quanto a outra podem ser causadas pelo mesmo vírus, o “vírus sincicial respiratório (VSR)”.

Apesar de ser um dos maiores responsáveis pelas doenças, o VSR não é o único vírus causador das enfermidades, pois os pacientes podem ser infectados por outros patógenos. No caso específico da pneumonia, a infecção pode ter origem viral, bacteriana ou fúngica.

Fernando afirma que a transmissão do vírus ocorre de pessoa para pessoa, por meio da via respiratória. Segundo ele, “todos esses vírus de gripe e resfriado, todos eles são de transmissão aérea, como o Covid, a Influenza e o Rinovírus”.

Conforme o médico, a infância é a faixa etária mais acometida. Ele explica que a pneumonia propriamente dita é mais comum nos idosos, mas que “geralmente essas doenças são mais comuns na infância”, conclui.

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