Após iniciar nesta semana os debates públicos que vão servir para ajudar o Ministério da Educação na reestruturação da política nacional do ensino médio, o governo federal vai, até junho, reavaliar a lei que impôs alterações às séries finais da educação básica. Alguns pontos da norma, como os que possibilitaram um currículo mais flexível aos estudantes e estimularam a formação deles para o mercado de trabalho, podem ser alterados.
No início deste mês, o governo suspendeu o cronograma de implementação das regras. O novo ensino médio definiu uma nova organização curricular aos alunos, dando a eles a oportunidade de escolher quais disciplinas querem cursar de acordo com os seus objetivos para o futuro. Apenas as matérias de português e matemática passaram a ser obrigatórias durante os três anos. As demais seriam definidas segundo áreas de conhecimento.
Esse tipo de organização ficou conhecido como itinerários formativos. De acordo com o método, cada estudante teria de montar o seu ensino médio com base em uma das seguintes áreas:
• linguagens e suas tecnologias;
• matemática e suas tecnologias;
• ciências da natureza e suas tecnologias; e
• ciências humanas e sociais aplicadas.
Outra opção oferecida ao aluno foi a de escolher um currículo voltado à formação técnica e profissional para prepará-lo para o mercado de trabalho.
Especialistas ouvidos pelo Ministério da Educação contestam essa norma, pois acreditam que ela compromete a aquisição de conhecimento por parte dos estudantes. Além disso, a avaliação é de que os itinerários podem desestimular os alunos a cursar o ensino superior.