Brasileiros abrem 300 mil empresas de marmitas em 3 anos

Por Quézia Silva

Ter uma alimentação saudável se tornou uma das prioridades de muitos brasileiros. O famoso "fitness" há muito tempo não é mais uma moda, virou algo sério, um compromisso consigo. Ir para academia, depois seguir para o trabalho e levar a marmita do dia entrou na rotina e no gosto de muita gente. E quem ficou mais feliz com esse novo hábito foi o bolso dos brasileiros e baianos, pois comprar uma marmita sai muito mais em conta do que ir a um restaurante, por exemplo.

De acordo com dados do Sebrae, mais de 400 mil marmitarias funcionam atualmente em todo o Brasil. Somente nos últimos 3 anos foram abertas cerca de 300 mil empresas nesse segmento no país. A pandemia da covid-19 alavancou muitos empreendimentos, e um dos que mais se destacaram foram a produção e venda de marmitas. Como muitas pessoas precisaram ficar em casa, seja trabalhando ou estudando por quase um ano, muita gente optou pela praticidade de comprar comida pronta devido ao melhor custo-benefício.

Há quem opte por fazer as próprias marmitas, que também são chamadas de quentinhas. Mas também tem as pessoas que não têm tempo para prepará-las e preferem comprar. A junção de alimentação saudável e economia agradou muitos empreendedores. Julieta Villas Bôas é proprietária da Girassol Alimentação Saudável. Ela, que abriu o negócio de marmitas naturais e saudáveis há 7 anos, conta sobre como era no início e fala sobre a expansão da Girassol.

"No ínicio tinha muita demanda e pouca oferta. Conseguimos conquistar uma cartela de clientes que buscavam uma alimentação saudável. Durante a pandemia também tivemos uma crescente, devido o isolamento social. Muitos clientes nos procuravam e indicavam nosso serviço durante este período. Eu comecei como MEI desde 2015. Nunca trabalhei de maneira informal, sempre regularizada. Agora, graças a Deus que estamos crescendo, estamos virando ME que é pequena empresa. Já estamos ampliando, os produtos estão indo para os pontos de venda. Vamos mudar a embalagem também para uma que é sustentável", relatou.

Pandemia de Covid-19 alavancou muitos empreendimentos nesta área, diz Sebrae | Foto: Romildo de Jesus

Visto que muitas pessoas, como a Julieta Villas Bôas, têm optado por empreender com produção de marmitas, Hirlene Pereira, analista de pequenos negócios do Sebrae Bahia, dá dicas para quem deseja formalizar o negócio. "As principais orientações a serem fornecidas pelo SEBRAE estão relacionadas aos aspectos legais para abertura do negócio e atendimento às normas sanitárias vigentes, processo de gestão do negócios e sua operação através de consultorias e capacitações para entender o perfil do público, o processo e composição dos custos, elaboração do cardápio, formação de preço, estratégias de marketing - desenvolvimento de marca, , presença digital, canais de distribuição, estratégias para o delivery, controle de estoque e entre outros", explicou.

Além disso, Hirlene Pereira também fala sobre como o microempreendedor pode se manter nesse segmento diante das muitas concorrências. "Conhecer o perfil de seu cliente, inovar no cardápio, estabelecer parcerias com nutricionista, academias criar e atualizar o cadastro dos clientes, fazer um planejamento de produção e compras e principalmente  separar os gastos pessoais dos gastos do negócios.

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