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Economia
25/02/2023 23:00:00

Preço das frutas aumenta e pesa no bolso do maceioense

Valor dos produtos avança 36,83% em 12 meses, uma alta bem acima do IPCA, conforme aponta o IBGE


Preço das frutas aumenta e pesa no bolso do maceioense

O preço das frutas subiu bem acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O valor das frutas avançou 36,83%, em doze meses, até novembro de 2022, apresentando a maior alta entre os itens da lista. Em Maceió, os consumidores têm sentido e reclamado do aumento.

A aposentada Patrícia Fernandes disse que está tudo mais caro e para tentar economizar compra em feiras livres. “Está muito mais caro. A maçã que eu comprava o quilo por R$ 7, R$ 8, hoje está R$ 16. Abacaxi comprava, geralmente, o grande por R$ 3 ou R$ 4. Hoje, por esse preço é tão pequeno que nem compensa levar porque quando se tira a casca não sobra nada. Não compro mais hoje em dia em supermercado, só se for no dia da promoção, naquela quinta verde. Se não for dia de promoção, é sem condições. Apesar de que aqui também não anda muito barato não, mas entendo que eles têm que tirar o lucro deles”, afirmou.

A vendedora Sandra Silva também notou o aumento e contou que só compra para manter uma alimentação saudável. “Tudo caro, mas continuo comprando porque é importante para nossa alimentação, cada dia que passa o nosso consumo só aumenta. A banana que eu estou levando agora, por exemplo, comprava por R$ 4 e agora estou levando por R$ 5. Já é R$ 1 a mais. Laranja, manga, todas as frutas aumentaram. Costumo comprar mais em feira livre porque é mais barato”, disse.

A Roseana dos Santos trabalha com a comercialização de frutas e disse que aumentam os preços por causa dos fornecedores. “A maçã está R$ 8 e era R$ 5. Aumentou em R$ 30 a caixa da maçã. Mamão também aumentou muito, antes comprava mamão de R$ 45 e agora está de R$ 60. E o mamão papaya, que era R$ 60, agora está R$ 100 a caixa. Aumentou muito. Antigamente, eram dois por R$ 5. Agora, um é R$ 5 e três é R$ 10. Os fornecedores muitas vezes dizem que é por causa da gasolina, porque é transportado, e também o fornecedor vende pelo valor que quer e nós temos que comprar para revender, infelizmente”, contou.

Ainda de acordo com a feirante, os clientes continuam comprando. “O povo acaba se acostumando porque em todo canto tem esse aumento. A maioria acha caro, mas quem precisa mesmo leva porque sabe que em todo canto que procurar o preço está mais alto”, disse.

Feirante diminui quantidade para manter margem de lucro

O feirante José Jorge da Silva disse que tem reduzido a quantidade de frutas que coloca no pacote para conseguir lucrar. “O pacote com três maracujá era R$ 5 e agora está sendo o pacote com cinco por R$ 10. Antes comprávamos a caixa por R$ 90, agora está R$ 120. Então, aumentou e tivemos que colocar uma quantidade menor para ganhar alguma coisa”, afirmou.

Silva disse que os clientes reclamam, mas precisam ter o lucro deles. “A maçã vendíamos cinco por R$ 6, hoje é cinco por R$ 8. Comprávamos a caixa por R$ 170, hoje está R$ 210. A uva era vendida por R$ 10 o quilo e agora está R$ 12. A caixa era comprada por R$ 160 e agora estamos comprando por R$ 190. Os clientes reclamam, mas como a gente compra mais caro, tem que revender mais caro para ter o nosso lucro. Mas, sempre levam porque sabem que está tudo caro. O diesel também está mais caro, a gasolina também e tudo entra no valor do produto que a gente compra”, explicou.

A comerciante Priscila Alves trabalha com a venda de banana da terra e contou que, como está na época da fruta, o preço está mais em conta, mas já foi bem mais barato. “Já chegou a custar até R$ 20. Como estamos na época da banana, está por R$ 12 a dúzia. Mas, antes, era R$ 8, R$ 10 no máximo. Os clientes reclamam, mas levam”, disse.

ECONOMISTA

Segundo o economista Diego Farias, as frutas são bem sensíveis (elásticas) a mudança nos custos que repassam esses aumentos ao consumidor. “No caso desses bens é um tripé que compõe seus custos: adubos/fertilizantes que em sua grande maioria são importados; combustíveis atrelados principalmente ao frete; e por fim a mão de obra”, explicou.

Ainda de acordo com Farias, a oferta das frutas também é sensível ao clima e diminuindo a oferta e mantendo a demanda constante – Ceteris Paribus – os preços irão aumentar. “No caso da inflação das frutas tivemos aumentos nos fertilizantes, combustíveis e agora da mão de obra. E ainda, em algumas frutas específicas o clima não ajudou, diminuindo sua oferta e tendo como consequência o aumento dos preços”, ressaltou. 

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