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Geral
12/02/2023 09:00:00

Casos de gravidez na infância e adolescência têm queda em Alagoas

Ações educativas e de conscientização são realizadas pelos municípios


Casos de gravidez na infância e adolescência têm queda em Alagoas

Dizem que ter filho é não ter mais sossego para o resto da vida. Uma responsabilidade gigante, que faz com que mulheres, independentemente da idade que tenham ao se tornarem mães, precisem abrir mão de muitas coisas em nome do filho. Não existe amor maior, isso é certo, mas esse sentimento é diretamente proporcional ao montante de abdicações que são necessárias fazer quando uma pessoa vive a maternidade. 

Quando falamos de mãe adolescente, o peso se torna ainda maior, pois muitas vezes a gravidez obriga jovens mulheres a se afastarem dos estudos, dos amigos e até mesmo da família. A boa notícia é que os casos de gravidez na infância e adolescência em Alagoas estão cada vez menores, conforme dados do Sistema de Informação de Nascidos Vivos-SINASC do Ministério da Saúde.

Os números apontam que, em 2022, o estado contabilizou 423 casos de gravidez entre meninas de 11 a 14 anos, sendo 1 gestação de criança com 11 anos; 11 casos em crianças de 12 anos; 85 em adolescentes de 13 anos e 326 ocorrências em garotas de 14 anos. Esse número ainda pode sofrer alteração e subir, tendo em vista que ainda não foi encerrado o prazo para inserções de dados no sistema do Ministério. 

Mesmo assim, já é possível observar uma redução significativa, equivalente a 23%, no número de casos, quando comparado com o ano anterior, de 2021, quando foram registradas 550 ocorrências, sendo 1 caso em meninas de 11 anos; 16 em garotas de 12 anos; 112 em adolescentes de 13 anos e 421 em jovens de 14 anos. 

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) explica que as ações implantadas com o objetivo de reduzir os casos de gravidez na adolescência são de atribuição dos municípios. Em Maceió, por exemplo, diversas iniciativas são implementadas por meio do Programa Saúde do Adolescente, da Secretaria Municipal de Saúde de Maceió (SMS). 

As ações consistem, basicamente, na conscientização e distribuição de materiais educativos, além da capacitação de profissionais que atuam diretamente com crianças e adolescentes. 

“Realizamos rodas de conversa e oficinas com agente comunitários de saúde e demais profissionais; distribuição de materiais educativos sobre sexualidade, puberdade e gravidez na adolescência; visitas regulares às unidades de saúde e reuniões sistemáticas com os profissionais dessas unidades sobre a temática; capacitações permanentes com profissionais da Secretaria Municipal de Educação [Semed], como assistentes sociais, psicólogos, coordenadores pedagógicos e diretores, para trabalhar a temática dentro do ambiente escolar”, explica a pasta. 

Outra estratégia utilizada é a de treinar os profissionais de saúde para que eles possam trabalhar em parceria com os profissionais das escolas e, com isso, captar a demanda de adolescentes. Ao identificar uma adolescente grávida, a equipe de saúde encaminha ao posto de saúde mais próximo para realização do pré-natal.

A SMS destaca que, assim como vem ocorrendo no âmbito no estado, os casos de gravidez na adolescência também têm diminuído na capital alagoana. A meta, até 2025, era chegar, no máximo, a um percentual de 18,79% de crianças e adolescentes grávidas em Maceió, na faixa etária de 10 a 19 anos. Em 2022, no entanto, esse percentual foi de 13,17%, o que se atribuiu às ações realizadas nas unidades de saúde e nas escolas da rede municipal. 

A jovem Jacyelle Lima, de 19 anos, sabe bem as dificuldades de ser mãe na adolescência. Ela engravidou aos 15 e precisou largar a escola, onde cursava o 9º ano do Ensino Fundamental. Hoje, três anos após ser mãe, ela tenta retomar a vida, ciente dos desafios que vai precisar enfrentar. 

“Quando descobri a gravidez foi um choque. Eu só chorava, sem acreditar. Eu era muito nova, não tinha um trabalho e não queria ser mãe naquele momento. Fui pega de surpresa”, afirmou Jacyelle. 

Ela conta que, inicialmente, encontrou resistência por parte de familiares, que não queriam aceitar a gestação, mas quando perceberam que não teria mais jeito, acabaram dando todo o apoio que ela precisava naquele momento. 

“Eu deixei de estudar e o que pesa também até hoje, é o fato de eu não ter um emprego e de ainda morar com minha mãe. Por causa disso, eu não consigo proporcionar tudo o que gostaria para a minha filha. E é também por causa dela que eu não consigo trabalhar e acabo deixando de fazer muitas coisas. Ser mãe solo também não é nada fácil, mas Deus me capacitou para ser mãe e pai ao mesmo tempo. Isso me mantém forte todos os dias para cuidar da minha princesa”, conta.

Jacyelle ainda não voltou a estudar, mas diz que pretende voltar à sala de aula em breve.

gazetaweb



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