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Guerra
07/02/2023 06:00:00

ONU alerta para riscos de que escalada na Ucrânia leve a uma “guerra mais ampla”


ONU alerta para riscos de que escalada na Ucrânia leve a uma “guerra mais ampla”

O secretário-geral da ONU na segunda-feira (6), em um discurso particularmente sombrio e duro apresentando suas prioridades para 2023, afirmou que os "riscos de escalada" na Ucrânia aumentam, enquanto o mundo caminha de maneira consciente para "uma guerra mais ampla", disse

“Iniciamos o ano de 2023 com os olhos voltados para uma convergência de desafios jamais vistos”, declarou Antonio Guterres perante a Assembleia Geral da ONU. “Precisamos acordar e trabalhar”, insistiu, listando as questões urgentes para este ano, colocando no topo a guerra na Ucrânia.

"As perspectivas de paz continuam diminuindo. Os riscos de mais escalada e carnificina continuam crescendo”, afirmou. "Temo que o mundo não esteja avançando como um sonâmbulo em direção a uma guerra mais ampla, mas que esteja fazendo isso com os olhos bem abertos", disse ele citando outras ameaças à paz, do conflito israelo-palestiniano ao Afeganistão passando pela Birmânia, Sahel ou Haiti.

"Se todos os países cumprissem suas obrigações sob a Carta (das Nações Unidas), o direito à paz estaria garantido", insistiu, colocando o respeito pelos direitos humanos no centro desses valores.

Direitos humanos que incluem a igualdade de gênero, "uma solução para alguns dos maiores desafios do mundo". "E, no entanto, metade da humanidade é retida pela violação de direitos humanos mais difundida de nosso tempo", disse ele.

Falta de visão estratégica

De forma mais ampla, Antonio Guterres denunciou a falta de “visão estratégica” e a “tendência” dos líderes políticos e econômicos de trabalhar no curto prazo.

"A próxima eleição. A próxima manobra política para se agarrar ao poder" ou "os preços das ações no dia seguinte": "Esse pensamento de curto prazo não é apenas profundamente irresponsável, é imoral”, disse enfatizando, ao contrário, a necessidade de pensar nas gerações futuras. Ele reiterou seu apelo a uma "transformação radical" da arquitetura financeira global.

“Há algo de fundamentalmente errado com o nosso sistema econômico e financeiro”, insistiu, apontando a sua responsabilidade pelo aumento da pobreza e da fome, pelo fosso entre ricos e pobres e pelo peso da dívida dos países em desenvolvimento.

"Sem reformas fundamentais, os países e indivíduos mais ricos continuarão acumulando riqueza, deixando apenas migalhas para comunidades e países do sul”, com o risco de que o desenvolvimento duramente conquistado seja apagado nesses países.

Retrocesso

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, o mundo já retrocedeu cinco anos em termos de desenvolvimento humano (saúde, educação, padrão de vida), e “os objetivos de desenvolvimento (ODS) estão desaparecendo no espelho retrovisor”, lamentou Antonio Guterres, referindo-se aos 17 objetivos traçados em 2015 para alcançar a erradicação da pobreza, segurança alimentar para todos até 2030 e o acesso a energia limpa e acessível.

“Temos oportunidades de salvá-los”, garantiu o secretário-geral, que está organizando uma cúpula em Nova York sobre o tema em setembro. A luta contra o aquecimento global e a “ambição climática” estarão no centro de outro encontro também em setembro, para a qual convidou líderes mundiais “sob condições”.

“Mostre ações aceleradas para esta década e novos planos ambiciosos para a neutralidade do carbono ou, por favor, não venha”, disse ele.

Guterres também voltou a atacar o setor dos combustíveis fósseis. “Se não você não consegue planejar um caminho viável para a neutralidade de carbono, com metas para 2025 e 2030 que abranjam todas as suas operações, você não deveria estar no negócio”, martelou.

rfi



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