O Fundo de Participação dos Municípios se tornou uma grande dor de cabeça para os prefeitos por conta dos dados prévios apresentados pelo Censo feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Centenas de municípios tiveram queda no número de habitantes e isso representaria diminuição no repasse do FPM .
O fundo é uma transferência constitucional da União para as cidades brasileiras. O cálculo de distribuição é baseado em informações levadas ao TCU (Tribunal de Contas da União) até o dia 31 de outubro de cada ano pelo IBGE. Os principais dados são o número de moradores de cada município e a renda per capita de cada estado do país.
O FPM é visto como fundamental, pois segundo a pesquisa Perfil dos Municípios Brasileiros - Finanças Públicas, do próprio IBGE, sobre receitas e despesas de todas as cidades do Brasil de 1998 a 2000, representa 57,3% das receitas disponíveis para as prefeituras com até cinco mil habitantes.
Mas cidades com até 50 mil habitantes também passariam por sérias dificuldades. Em conversa com o prefeito de Pereira Barreto, João de Altayr Domingues (PL), a nova forma de distribuição do fundo poderia acarretar em uma série de problemas para pequena cidade do interior de São Paulo. “Iria impactar negativamente o orçamento da prefeitura”, explicou.
A CNM (Confederação Nacional de Municípios) apontou que a nova metodologia do Censo poderia causar um prejuízo de R$ 3 bilhões para 702 cidades. A perda seria imediata se não tivesse a Lei Complementar 165/2019, que ordenou o congelamento dos coeficientes.
O PCdoB entrou com ação no STF (Supremo Tribunal Federal) para que o novo cálculo fosse suspenso e a distribuição fosse feita pelos coeficientes de distribuição usados em 2018.
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, determinou que a distribuição seguisse usando os dados de 2018. Desta forma, o magistrado suspendeu a decisão normativa do Tribunal de Contas da União, que ordenava o uso dos dados populacionais do Censo 2022, que ainda não foi finalizado.
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