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27/07/2007 00:00:00

União dos Palmares


União dos Palmares

Valdice Gomes

A Diretoria de Vigilância em Saúde Ambiental e Coordenação de Promoção à Saúde da Secretaria de Estado da Saúde estão desenvolvendo ações visando bloquear a proliferação do caramujo africano em vários municípios alagoanos. Técnicos da secretaria estão visitando as localidades de Coqueiro Seco, Rio Largo, Satuba, Santa Luzia do Norte, Capela, Viçosa, Jundiá, Marechal Deodoro e União dos Palmares. O trabalho tem a participação do Centro de Controle de Zoonoses de Maceió, do Instituto do Meio Ambiente (IMA) e das secretarias de Saúde dos municípios citados, onde tem aparecido a espécie.

O trabalho dos técnicos consiste em identificar se realmente trata-se do caramujo africano e, em caso positivo, orientar sobre a forma correta de se fazer a sua captura e eliminação. Segundo a diretora de Saúde Ambiental, Maria Elisabeth Vieira da Rocha, a última visita aconteceu esta semana, na cidade de União dos Palmares.

Na próxima terça-feira, dia 31, será realizada uma ação conjunta de captura de caramujo e combate à dengue em Jundiá, para orientar as equipes do Programa de Saúde da Família (PSF). A Secretária de Saúde de União dos Palmares doutora Rosário Pedrosa também já solicitou a ação no município.

Em todas as localidades visitadas foi constatada a infestação muito alta do molusco. No entanto, nenhum dos caramujos examinados no Centgro de Zoonoses estava infectado com o verme Angiostrongylus costaricencis, causador da angiostrongilíase abdominal, doença grave com centenas de casos já reportados no Brasil e que pode resultar em óbito por perfuração intestinal, peritonite e hemorragia abdominal. Os sintomas da doença são dor abdominal, febre prolongada, anorexia e vômitos.

O trabalho nos municípios está sendo desenvolvido em paralelo com as ações de combate ao mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. No município de Capela, a Secretaria Municipal de Saúde está orientando as pessoas que fazem a captura a levarem os moluscos para serem incinerados na Prefeitura, visando evitar acidentes.

O caramujo africano, cujo nome científico é Achatina fulica, é uma espécie exótica invasora. Atualmente, representa a segunda maior causa de perda de biodiversidade no planeta. Só perde para os desmatamentos. Além das doenças que pode transmitir, ele ataca, destrói plantações e compete com outros moluscos da fauna nativa, podendo levá-los à extinção.

Elisabeth Vieira alerta para as regras que devem ser obedecidas na captura e eliminação do caramujo. Somente adultos treinados devem recolhê-los. Crianças e adolescentes não devem participar dessas ações. Após a identificação correta do molusco, o recolhimento sempre deve ser feito por pessoas treinadas ou em mutirão com os vizinhos, pelo menos de mesma quadra de quarteirão. “O risco de re-infestação é alto e, com certeza, eles retornarão ao quintal da residência infestada”, observou a diretora.

Ainda de acordo com Elisabeth, é importante recolher a espécie utilizando luvas descartáveis, sacos plásticos. Na falta, usar uma pá, para não ter o contato da pele diretamente com o caracol. Os caramujos recolhidos devem ser incinerados. Para isso, é preciso utilizar uma vala, um tambor ou ainda uma fogueira cercada por tijolos ou blocos. No caso de grandes quantidades, utilizar o carro incinerador da Prefeitura. Após a incineração, amassar os moluscos para quebrar as conchas, fazer uma vala, cobrir com cal e enterrá-los. Conforme explicou a diretora, a cal evita a contaminação do solo e do lençol freático. Por isso, os caramujos devem ser enterrados distante dos mananciais e poços de água.

Além da angiostrongilíase abdominal, o caramujo africano também pode transmitir a angiostrongilíase meningoencefálica humana, mas, não há notícia de contaminação dessa doença no Brasil.

Contaminação – A ingestão ou a simples manipulação dos caramujos vivos pode causar a contaminação, devido a presença de vermes no muco (secreção). Ao se instalar em hortas e pomares, pode contaminar frutas, verduras e disseminar doenças. “Mas não há motivo para pânico”, tranqüiliza Elisabeth, acrescentando que basta orientar as crianças sobre os cuidados que devem ter e lavar bem hortaliças e vegetais que serão consumidos in natura.

Fonte - Agência Alagoas

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