As pílulas
anticoncepcionais modernas que com menores concentrações de estrogênio têm
menos efeitos colaterais do que os anticoncepcionais orais passados. Mas um
grande estudo dinamarquês sugere que, como as mais antigas, elas aumentam
modestamente o risco de câncer de mama, especialmente com o uso a longo prazo.
Os pesquisadores da Universidade de Copenhague encontraram um risco similar de
câncer de mama com o dispositivo intrauterino (DIU) exclusivo de progestina, e
sugerem que outros tipos de anticoncepcional hormonal, como implantes e
adesivos, também provoquem esse efeito.
“Nenhum tipo de
contraceptivo hormonal é livre de risco, infelizmente”, afirmou a principal
autora do trabalho, Lina Morch, do Hospital Universitário de Copenhague.
Contudo, o risco foi bastante pequeno, totalizando um caso extra de câncer de
mama por ano para cada 7.700 mulheres que usavam esses anticoncepcionais. Os
especialistas que analisaram a pesquisa disseram que cabe às mulheres decidir
se, para elas, essa informação é mais importante do que os benefícios
conhecidos da pílula – incluindo a redução da incidência de outros tipos de
câncer.
“A contracepção
hormonal ainda deve ser percebida como uma opção segura e eficaz para o
planejamento familiar”, disse ao jornal The New York Times a ginecologista
JoAnn Manson, chefe de medicina preventiva no Brigham and Women's Hospital de
Harvard, que não participou da pesquisa. Manson ressaltou que mulheres acima de
40 anos podem optar pelo DIU não hormonal, fazer ligadura de trompas ou conversar
com o parceiro sobre a vasectomia.
Os pesquisadores
analisaram os registros de saúde de 1,8 milhão de mulheres, com idades entre os
15 e os 49 anos, na Dinamarca, onde um sistema nacional de cuidados permite
cruzar dados de histórico de prescrição, diagnósticos de câncer e outras
informações. Os resultados foram publicados no New England Journal of Medicine.