O presidente licenciado do PSDB, senador Aécio Neves (MG), foi hostilizado neste sábado (9) ao chegar à convenção nacional do partido, em Brasília. Na entrada do centro de convenções onde ocorre o evento, uma claque favorável ao mineiro o aguardava. O nome dele (escrito em chapéus de alguns dos apoiadores que o esperavam) foi gritado em coro pelo grupo.
Eles
seguravam uma faixa em que o mineiro era aclamado como "o melhor
presidente da história do PSDB" e agradeciam a ele por sua "coragem e
comprometimento com o país".
O
grupo o acompanhou até a porta do auditório. Lá dentro, sem os apoiadores, Aécio
ouviu vaias e gritos de "fora!".
O
locutor do encontro tentou contornar a situação. O senador mineiro não foi
chamado para sentar à mesa montada no palco da convenção e, na sequência,
deixou o evento. Ele ficou no local durante 40 minutos.
Aécio
perdeu força no partido e se licenciou da presidência da sigla em maio, depois
que foi gravado pedindo R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, da JBS.
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Ele
chegou a ter o mandato suspenso e o recolhimento noturno determinados pelo STF
(Supremo Tribunal Federal), mas o Senado reverteu a decisão. Nesta semana, o
mineiro teve seus sigilos bancário e telefônico quebrados.
Logo
que chegou, o senador fez um rápido balanço de sua gestão à frente do PSDB e
defendeu a unidade da legenda. "O PSDB depende de sua unidade interna para
vencer os adversários que estão no campo externo", afirmou Aécio.
Questionado
se acreditava em uma aliança com o PMDB no ano que vem, respondeu: "Não
fecho as portas para ninguém".
Aliados
de Aécio se mostraram aliviados com gritos de guerra em sua defesa.
"Graças a Deus", disse o deputado Caio Nárcio (MG).
Andre
Pagy, delegado do PSDB-MG, o defendeu. "O legado do senador é histórico.
Ele tem uma importância enorme para o partido e nós estamos aqui para apoiá-lo.
As pessoas têm direito de se manifestar contra, é da democracia."
Os
militantes de Minas Gerais reclamaram que Aécio não foi anunciado com destaque
e gritaram o nome dele de novo. O deputado Marcus Pestana (MG) foi até eles e
explicou que a decisão foi tomada para evitar manifestações contra ele.
Em
breve pronunciamento antes de entrar no centro de convenções, Aécio defendeu a
reforma da Previdência e exaltou seu período no comando do partido.
"Nesse
período dos últimos quatro anos em que administrei como presidente o PSDB foi o
mais fértil, de crescimento do partido", disse.
"Pior
do que ver a reforma da Previdência provada sem os votos do PSDB é vê-la não
aprovada pela ausência dos votos do PSDB e acredito que o governador Geraldo
Alckmin terá as condições de levar o partido a reafirmar os seus compromissos
com as transformações estruturais que o país precisa viver."
Nas
últimas horas, Aécio informou a aliados que faria passagem curta pela pela
convenção e evitaria constrangimentos ao governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin.
Alguns
dos temores dos aliados do paulista era que o mineiro quisesse discursar no
evento ou que ele aparecesse ao lado de Alckmin na foto oficial em que ele
deverá figurar como pré-candidato ao Planalto.
OUTRAS
LIDERANÇAS
Líderes
tucanos começaram a chegar no fim da manhã à convenção do PSDB. O governador de
São Paulo, Geraldo Alckmin, que deve assumir o comando da sigla, já está no
centro de convenções onde fará um discurso em que é esperado seu lançamento
como pré-candidato a presidente em 2018.
Acompanhado
do senador Tasso Jereissati (CE), destituído da presidência do PSDB por Aécio
Neves (MG) em novembro, Alckmin tomou café logo após sua chegada ao espaço.
Os
discursos de deputados e senadores filiados à sigla se iniciaram perto do
meio-dia. Antes, militantes e lideranças estaduais falaram no palco, onde um
gigante painel exibe, abaixo do nome do partido, a frase: "Unidos por um
Brasil que precisa mudar". Notícias ao Minuto