O gabarito
oficial do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) será divulgado nesta quarta
(16), mas os participantes só conhecerão suas notas em janeiro do ano que vem.
A data ainda não foi definida. No Enem, a
nota da parte objetiva não é baseada apenas na quantidade de acertos, como
ocorre em outros vestibulares. O sistema de elaboração e correção leva em conta
também quais questões cada candidato acertou em cada parte da prova
(linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas).
Dessa forma, dois candidatos que
tenham acertado o mesmo número de questões não necessariamente terão a mesma
nota. Vai depender do desempenho geral em cada parte da prova -que têm uma nota
separada.
Errar itens fáceis e acertar um
difícil, por exemplo, faz com que a pontuação desse item difícil seja menor do
que se ele tivesse ido bem nas fáceis. É como uma punição para um possível
chute: o padrão de respostas do participante na prova é considerado no cálculo
do desempenho dele.
Esse modelo matemático se chama
TRI (Teoria de Resposta ao Item). A metodologia qualifica cada item por três
parâmetros: grau de dificuldade, possibilidade de acerto ao acaso (o chute) e
poder de discriminação, que é a capacidade de um item distinguir os estudantes
que têm a proficiência requisitada daqueles quem não a têm.
"Essas características
permitem estimar a habilidade de um candidato avaliado e de garantir que essas
habilidades, medidas a partir de um conjunto de itens, sejam comparadas com
outro conjunto na mesma escala, ainda que eles não sejam os mesmos e que haja
quantidades diferentes de itens usados para o cálculo", explica o MEC
(Ministério da Educação) em texto sobre esse modelo.
Para calcular esses parâmetros,
a organização do exame realiza faz pré-testes com as questões que podem ser
utilizadas. Ou seja: vários estudantes respondem a essas questões em aplicações
anteriores ao Enem. Assim, as questões são classificadas como fáceis, médias e
difíceis.
Outra característica da TRI é
que as notas não variam entre zero e mil. As notas mínimas e máximas do exame
dependem do desempenho dos itens selecionados.
Só a redação do Enem tem uma
escala (que vai de zero a mil). Porque os textos são corrigidos por uma banca
de avaliadores.
Como os níveis de dificuldade
são supostamente controlados pela TRI, a adoção do modelo ainda permite que
haja duas provas diferentes no mesmo ano. Ou que as notas de cada edição sejam
comparáveis.
A TRI é usada desde 2009 no
Enem, quando o exame se tornou o vestibular para a maioria das universidades
federais. A USP, por exemplo, também adota a nota para selecionar parte dos
alunos.
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CALCULE
SUA NOTA
Os candidatos podem conferir
seus desempenhos no aplicativo "Quero minha nota!", da Folha de
S.Paulo em parceria com a empresa de tecnologia educacional TunEduc.
Depois de baixar o aplicativo, o
usuário deve preencher suas respostas no Enem. Então, com base no gabarito do
exame, o Quero minha nota! entrega uma estimativa bastante precisa da nota no
exame de cada usuário. Com informações da Folhapress.