A Secretaria de Segurança
Pública apresentou na tarde desta quarta-feira (22) em entrevista coletiva em
sua sede no Centro de Maceió, um casal detido na terça-feira (21) em Canapi,
Sertão de Alagoas, por suspeita de envolvimento em assaltos a bancos e
explosões a carros fortes. Eles foram detidos em sua residência, na Zona Rural
do município e, durante a operação, outro suspeito resistiu à abordagem, vindo
a morrer durante atendimento no Hospital Regional de Santana do Ipanema. A
Polícia Civil investiga a participação do trio em crimes no estado e também na
Bahia.
O acompanhamento
dos suspeitos começou há aproximadamente 10 dias quando a divisão de
inteligência do 7º Batalhão de Polícia Militar recebeu através do Disque
Denúncia, pelo número 181, a informação de que os indivíduos de uma organização
criminosa estavam se reunindo com frequência na residência do casal Denival
Correia Alves, de 52 anos, vulgo ‘Galego da Faca’, e Edvete Maria dos Santos,
de 44 anos, conhecida como ‘Vete’, no assentamento Poço da Pedra.
Ao chegar ao
local, um dos suspeitos, identificado como Roberval Oliveira Santos, de 35
anos, vulgo ‘Zé’, estava armado com uma pistola 9mm. Ele resistiu à abordagem
da polícia e foi atingido após revide. Ele chegou a ser socorrido ao hospital
de Santana, mas não resistiu. Ele era o único dos três que já tinha passagem
pela polícia, por crime de roubo a banco na Bahia.
Após uma busca
os policiais militares encontraram 62 bananas de dinamite; quatro armas de
fogo, sendo dois fuzis “Mosquefal” de calibres 7,62, uma espingarda calibre 12
e uma pistola Imbel 9 mm; três quilos de maconha; três rolos de pavio “fio”;
duas máscaras antigás; seis pares de luvas; quatro pacotes de liga; 73 munições
7,62 mm; um carregador com 13 munições 9 mm; 61 munições calibre 5,56 mm; 14 munições
calibre 12 e uma munição calibre 30; um carregador de fuzil 5,56 mm; 20
espoletas de detonação; um aparelho celular e seis pares de luvas.
Do material
apreendido, apenas as bananas de dinamite não foram transportadas para Maceió.
Por questão de segurança, todas as 62 bananas fora destruídas em local
adequado.
Delegado ressalta Alagoas entre
estados com menor número de roubo a banco no país
O delegado da Polícia Civil titular
da Seção de Roubo a Banco (Serb), Vinícius Ferrari, destacou que Alagoas é um
dos três estados com o menor número recente de assaltos a banco. Foram três em
2017, média de um por mês.
“Do meio do ano passado para cá, os
índices de roubo a banco caíram muito em Alagoas. Um dos menores do Brasil, o
índice está entre os três menores”, pontuou o delegado.
Vinícius também falou que as
investigações já mostram indícios de onde vêm os explosivos. O trio alvo desta
operação seria ligado ao mesmo grupo de oito detidos no final de novembro de
2016, em ação das polícias Civil alagoana e baiana em Paulo Afonso. Outro
suspeito da quadrilha, Jocélio, foi assassinado também em Paulo Afonso na
terça-feira (22) por desavença. Além de roubo a banco, Jocélio era traficante.
A Polícia Civil estima que o grupo teria 30 pessoas envolvidas, contando os
oito detidos em novembro, o casal e os dois que morreram.
LOGÍSTICA
Denival e Edvete davam apoio
logístico antes e depois dos crimes. Vinícius disse que Denival nega qualquer
envolvimento. Já sua esposa relatou que apareciam na casa carros de passeio com
quatro a seis pessoas. O grupo ficava hospedado no local por alguns dias e suas
reuniões duravam de 30 minutos a uma hora.
O delegado também falou que logo após
o roubo ao Banco do Brasil de Major Isidoro, ocorrido na madrugada de 14 de
março, os suspeitos que participaram da explosão se dirigiram a casa em Canapi,
onde houve a divisão do dinheiro roubado.
Denival chegou a alegar em depoimento
que em sua casa funciona uma pequena venda e que Roberval esteve lá pela
primeira vez e havia pedido para pernoitar. Edvete desmentiu e declarou que
Roberval já teria visitado o local em outros momentos.
A movimentação na residência com
relação às visitas começou a ser notada do final de 2016 até agora. ”Ali
possivelmente era rota de fuga”, disse o delegado Vinícius Ferrari. A polícia
da Bahia também tinha conhecimento da residência na rota da quadrilha.
As informações colhidas na operação
vão ser utilizadas para buscar mais suspeitos da quadrilha. <> Tribuna
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