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14/03/2017 08:57:59

São José da Laje: 48 anos depois, as lembranças permanecem vivas da maior catástrofe da região


São José da Laje: 48 anos depois, as lembranças permanecem vivas da maior catástrofe da região
Enorme cratera foi aberta pela água na Praça da Igreja

Como toda cidade interiorana que celebra a festa anual dedicada ao seu santo padroeiro, São José da Laje vivia, naquele dia 14 de março de 1969 a segunda noitada festiva com novena na Matriz Igreja São Carlos, o reencontro com os amigos nas mesas da festa postadas ao longo da avenida, as crianças se divertindo no parque de diversões e a certeza que naquele ano a festa prometia ser uma das melhores já celebradas pela comunidade.

 

Poucas pessoas tiveram a lembrança de olhar para o alto e ver uma densa nuvem preta que se formava sobre a cidade e a região. Como era ainda época de verão, as possibilidades de chuva eram quase remotas. Um chuvisco ali, outros alguns dias depois, coisas peculiares da região da zona da mata mas nada que assustasse.

 

De repente, um chuvisco mais intenso deu inicio o que seria a maior e mais dolorosa tragédia da região que ceifou centenas de vidas inocentes e destruiu parte da cidade baixa. O céu parece ter aberto as comportas e a população assistiu a queda de uma tromba d’água nunca dantes presenciada, arrastando tudo que encontrou pela frente, destruindo casas, estabelecimentos comerciais e até uma igreja que tinha em sua torre um galo de ferro que girava ao comando do vento.

 

Quem vivenciou aquele fatídico dia 14 de março de 1969 jamais esquecerá. Familias buscando desesperadas nos escombros seus entes queridos, desespero, fome, flagelo, saudade, dor e a sensação de morte e incerteza que pairava sobre o ar colorido daquela cidade de gente bonita, trabalhadora, honesta e hospitaleira. De rico a pobre, de negro a branco, de evangélico a católico, de idosos a jovens, de crianças a adultos, ninguém foi poupado.

 

Pessoas ainda creditam o fato como uma ‘vingança’ da natureza porque a lua teria sido violada (o homem tentava há décadas pousar no solo lunar). Outros acreditam que foi a resposta dada pelos céus a algumas pessoas da comunidade que durante o carnaval um grupo de foliões adentrou a ‘Igreja do Galo’ na hora da missa fantasiado na terça feira de carnaval. Tudo são lendas, histórias que o povo canta.

 

A realidade que ficou daquele dia triste foi a dor de nossos irmãos lajenses e as historias dramáticas contadas pelos sobreviventes. Alguns traumatizados jamais voltaram a razão; outros morreram deprimidos afetados pela perda das pessoas que integravam seu mundo. Mas, o sentimento humano, a força de gente de espirito forte prevaleceu. A Fé do povo de São José da Laje fez parceria com a vontade de vencer e aos poucos a cidade foi retomando seu lugar de destaque no difícil, mas não impossível cenário da vida.

 

Aliás, a vida é célere e o tempo não para. Por isso, nesta data, abrimos este espaço e apresentamos nossa solidariedade aos irmãos lajenses o fraterno apoio deste noticioso, esperando desta maneira aguçar o sentido daquela comunidade não de tristes recordações, mas do exemplo que emprestaram ao mundo reconstruindo suas vidas a partir dos escombros e permanecendo, como sempre foi e será, a nossa querida ‘Princesa das Matas’. <> A Redação da Tribuna União //

 

 




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