A amamentação é um dos
momentos mais íntimos e marcantes para as mulheres que optam ou podem fazê-lo e
está associada a diversos benefícios tanto para o bebê como para as
mães.
Como revelou um estudo publicado em 2016 na revista Lancet, a amamentação faz com que os bebês fiquem com
o sistema imunológico mais protegido e com que as mães consigam livrar-se mais
facilmente dos quilos extras adquiridos durante a gestação. Além disso, dar de
mamar acelera o momento em que o útero volta ao normal.
Embora não restem dúvidas sobre os benefícios da
amamentação – mesmo que estes possam variar de caso para caso –, existe um
lado mais ‘negro’ neste ato de amor que, embora comum, nem sempre é falado.
Trata-se da mastite, uma condição causada pelo bloqueio
do ducto lactífero. Como explica um documento científico da Associação de Saúde
Infantil de Coimbra – realizado pelos médicos Cristina Pereira, Joana Palmira e
Manuel Salgado – a “mastite puerperal é um problema relativamente frequente na
mulher que amamenta”, manifestando-se “por sinais inflamatórios na mama, por
vezes associados a mal-estar, febre e calafrios”.
Este processo inflamatório, que afeta entre dois a 10%
das mulheres que amamentam, dá-se quando a mulher não é capaz de drenar o
leite, situação que faz com que o tecido mamário fique infectado e, por isso, a
mama fique vermelha, quente, inchada e dolorida.
Embora se trate de uma condição frequente, este problema
é ainda desconhecido para muitas pessoas, como diz o The Independent. O tema
tem sido agora noticiado em publicações depois de uma mulher norte-americana
ter revelado nas redes sociais a sua luta contra este problema, que surgiu
quando começou a amamentar o seu sexto filho.
Através do Instagram, a jovem publicou uma imagem em que
é notório o vermelhão no peito, uma consequência deste problema, mas que não
impede a mulher de continuar a amamentar.
“Fundamental será lembrar que, pelo fato de a infecção
ocorrer sobretudo no estroma e não nos alvéolos, justifica que não haja
contaminação do leite com bactérias. A infecção localiza-se nas estruturas que
suportam os lóbulos mamários (o estroma) e em regra não atinge o lóbulo.
Consequentemente a presença de mastite em regra não constitui um risco para o
lactente”, frisa o documento, que pode ser consultado aqui: Mastite puerperal.
De acordo com os autores, a mulher “pode e deve” manter o
ato de amamentar porque, por regra, o leite mantém-se estéril, continua rico em
anticorpos e fatores antibacterianos, não existindo o risco de prejudicar o
bebê, até porque “as toxinas das bactérias, se ingeridas, são destruídas no
tubo digestivo do bebê”. Por fim, dizem, “o desmame abrupto agrava a estase
láctea, comprometendo o tratamento e favorecendo a formação de abcesso”, o que
pode causar ainda mais dores e desconforto à mãe. <> Notícias ao Minuto
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