O governo da Mongólia
aprovou um programa anti-crise e pretende aumentar os impostos e reduzir as
bolsas sociais para receber 5,5 bilhões de dólares do Fundo Monetário
Internacional (FMI). Enquanto as autoridades esperam o veredito dos credores, a
população não poupa suas economias, joias e até mesmo cavalos para limitar o
déficit orçamentário.
O governo da Mongólia adotou um plano de cinco anos para
sair da crise. Entretanto, as autoridades pedem aos cidadãos para não
perderem tempo e ajudarem o país, cuja dívida pública atingiu $580 milhões,
informa a agência "Bloomberg".
O primeiro a começar o movimento popular de ajuda ao
governo foi o conhecido economista Bukhuu Osargarav. Ele doou ao estado 100
milhões de tugriks mongóis (40 mil dólares), um cavalo de raça e um anel de
ouro. Seu exemplo foi seguido por dois deputados, que deram a mesma soma.
No entanto, não só pessoas conhecidas participaram da
ação. Os cidadãos simples também tentam salvar a economia nacional, embora os
economistas advirtam que eles terão de apertar os cintos no futuro mais
próximo.
Condições do FMI e medidas do
governo
De acordo com o programa, para receber $5,5 bilhões do
FMI, do Banco Mundial, da Coreia do Sul e do Japão, a Mongólia terá de aumentar
os impostos sobre os combustíveis, tabaco, álcool e automóveis, bem como
reduzir as bolsas sociais.
Além disso, o primeiro-ministro do país, Jargaltulgyn
Erdenebat, prometeu canalizar os empréstimos à extração de recursos naturais,
ouro, carvão e minérios, para além da atração de investidores estrangeiros.
Segundo o canal "RT", os moradores de Ulan
Bator, capital do país, estão otimistas quanto às medidas.
"No ano passado, a Mongólia realizou
as eleições parlamentares e as pessoas acreditam que a mudança
do governo beneficiará ao país. O governo diz que iremos superar a crise no prazo
de 2-3 anos", cita ao "RT" um dos habitantes locais.
Esperando investimentos
O ano de 2016 foi catastrófico para a Mongólia, cuja
economia cresceu só 1,3%. Os investidores começaram a fugir do país devido à
ameaça de default.
Em 2011, o PIB crescera 17,3%, um índice inatingível para
muitos países. Os ritmos rápidos foram provocados pelo interesse dos
investidores nas matérias-primas que o país exporta, como cobre e outros
minérios. (Sputnik Brasil)