Os últimos 18 meses têm sido tão pródigos em recordes climáticos que
quando a Terra deixa de bater um isso vira notícia. Pois bem: dados divulgados pela Nasa nesta quarta-feira (15) mostram que o mês de janeiro de 2017 não foi o mais quente da história.
Foi apenas o terceiro mais quente. Ufa.
Segundo as medições combinadas de temperatura da superfície terrestre e
oceânica, o mês passado foi 0,92oC mais quente que a média do mesmo mês para o
período 1950-1981. É menos que o 0,96oC de 2007, ano em que o Ártico bateu seu
primeiro recorde assustador de perda de gelo. E muito menos que o horroroso
2016, quando a temperatura global chegou a 1,13oC acima da média de meados do
século 20.
O ano passado foi o mais quente desde o início da série histórica de
registro global, iniciada em 1880. Terminamos com uma média planetária 1,1oC
mais alta do que no período pré-industrial, perigosamente próxima do 1,5oC
considerado o “centro da meta” do acordo do clima de Paris. Os dois anos
anteriores a 2016 já haviam batido recordes.
Só que 2016 teve uma boa desculpa para ser tão quente: foi um ano de
forte El Niño, o aquecimento cíclico do Oceano Pacífico. E os El Niños, como
sabem os leitores deste blog, têm o condão de jogar os termômetros para cima no
mundo todo.
O não
recorde de 2017 é significativo (e algo assustador), porque nós deveríamos
estar agora na fase oposta do El Niño: a La Niña, que em tese ajudaria a
resfriar o mundo. Ela foi detectada no segundo semestre do ano passado, depois
que o El Niño desapareceu, seguido de uma fase neutra de temperatura do
Pacífico. Mas a tendência subjacente de aquecimento era tão forte que o La Niña
aparentemente não “colou”.
“A La
Niña não conseguiu fluir nem no oceano, nem na atmosfera”, disse o
climatologista Francisco Eliseu Aquino, da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul. “Quando o Pacífico tentou reverter, o planeta ainda estava muito quente
e a La Niña não conseguiu se configurar globalmente”, prossegue.
O
efeito é semelhante ao de tomar um banho rápido depois de fazer exercícios
puxados: por mais que a água esteja fria, o corpo continua suando por algum
tempo depois. A diferença é que o regime de aquecimento da Terra não dá sinal
de que vá parar. E menos ainda no que depender da nova configuração do poder
global.
Nos
EUA, Donald Trump parece disposto a cumprir todas as suas promessas de
campanha, que incluem “cancelar” o Acordo de Paris e acabar com a EPA (Agência
de Proteção Ambiental). O plenário do Senado, dominado por republicanos, deve
aprovar até o fim da semana o nome do negacionista climático Scott Pruitt como
administrador da EPA – uma agência que ele passou a carreira processando.
Analistas temem que Trump possa estimular outros países, em especial a Rússia,
a não tomarem medidas contra as energias fósseis, o que seria desastroso para
as metas de Paris.
No
Brasil, onde a taxa de desmatamento na Amazônia subiu por dois anos seguidos, o
presidente Michel Temer sentou-se no colo dos 244 deputados da bancada
ruralista – cuja agenda para 2017 inclui eliminar o maior número possível de
regulações ambientais, inclusive o licenciamento e a reserva legal do Código
Florestal, o que tende a tornar mais fácil a vida de quem desmata.
No ano
passado, Temer já reduziu uma unidade de conservação na Amazônia por Medida
Provisória. E seu braço direito, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha
(PMDB-RS), estuda cortar 1 milhão de hectares de cinco áreas protegidas no sul
do Amazonas, medida que beneficiaria grileiros e madeireiros locais.
Na
última terça-feira (14), Temer participou de almoço da Frente Parlamentar da
Agropecuária – o sinal máximo de prestígio que qualquer grupo do Congresso pode
almejar. No convescote, o presidente discursou: “Quando nós, no governo,
dizemos que o Brasil tem rumo, a primeira direção para a qual olho é exatamente
a agricultura, o agronegócio”.
O
aumento do desmatamento apenas em 2016 e apenas na Amazônia elevou as emissões
do Brasil em 130 milhões de toneladas de gases de efeito estufa — o equivalente
a quase 7% de tudo o que o país emitiu em 2015. Temer talvez pudesse dar uma
olhadinha nisso também. (Observatório do Clima/ #Envolverde)
Nota da Editoria <>
O que os técnicos tentam explicar na matéria acima é que
está em andamento uma seca sem precedentes no Nordeste e para nós da Zona da
Mata alagoana na Região do Vale do Mundaú (a ultima, segundo consta, foi a 100
anos passados) cujo reflexo pode ser sentida nos reclamos da comunidade de São
José da Laje, Santana do Mundaú, Rocha Cavalcante, Branquinha e Murici que
entre outras coisas está privada da água potável uso domestico ou para consumo.
Rios, mananciais e afluentes secos emprestam um quadro desolador a uma região
que sempre foi fértil e é conhecida pela quantidade significativa de riachos e
nascentes,
A natureza, conforme está dito na reportagem do site
‘Observatório do Clima Envolverde’, contribui significativamente para esta
intempérie mas o homem tabém tem sua parcela de culpa. Toda comunidade
particularmente de União dos Palmares sabe que a Usina Serra Grande na zona
rural mais precisamente na Fazenda Santo Antônio da Lavagem mantém bombas para
sugar a água do rio e irrigar suas plantações de cana; no município de Santana
do Mundaú na margem da AL-105 pode ser visto o rio perdendo milhares de litros
de água diariamente em função da extração de areia, e nos riachos mais
afastados na zona rural á agua é represada para uso das próprias fazendas e
comunidades, cite-se o exemplo do maior afluente do Rio Mundaú (excetuando-se o
rio Canhoto) do Riacho Sueca que nestas condições servindo apenas a que banha
razão pela qual não está desaguando no Rio Mundaú.
Pela segunda vez em um espaço de tempo de 20 dias,
segundo as redes sociais da região, a água voltou ao leito do rio após o
governo municipal haver solicitado dos órgãos ambientais rigorosa fiscalização
na bacia hidrográfica do município, onde foram constatadas várias
irregularidades.
Estes fatos acontecem diariamente e ninguém diz nada por
medo de represálias. Quando alguém reclama, usa meios termos, não vai direto ao
assunto com nitidez. Está criada a cultura do ‘ninguém viu ninguém sabe nada’
mesmo as pessoas sendo prejudicadas. Sobre o assunto, é valida uma pergunta: o interesse
não é da comunidade?
O que faz a direção do Hospital Regional São Vicente de
Paulo? As redes sociais noticiam que alguns ‘lava jatos’ continuam funcionando
nas diversas ruas da cidade, que mesmo sendo uma fonte de renda para dezenas de
pessoas, é necessário uma providência sobre o assunto a começar da conscientização
para o uso da água tratada. Repetimos, é um assunto estritamente de interesse
da comunidade mas ninguém faz nada. Se fosse idêntico ao movimento que tentou
afastar o ex-prefeito, centenas de pessoas já teriam manifestado seu grito de
revolta...
Nossos representantes no legislativo mirim, ao menos
algum um deles se pronunciou a respeito?
Outro exemplo de abandono dos órgãos ambientais para com a
preservação da natureza: onde está ou estão os responsáveis pelos recentes
incêndios na Serra dos Frios, no Bairro da Várzea Grande e na ‘Sementeira’? os
incêndios não contabilizaram vitimas humanas mas o prejuízo é incalculável para
o meio-ambiente e destrói a flora e a fauna provocando o desequilíbrio
ecológico. É necessário que as pessoas antes de se lamentar e criticar sem
critério a falta de água atentem para estes fatores que dormem na consciência
de cada um.
Apontar os defeitos alheios com o dedo sujo é uma pratica
que tem se tornando bastante usual na atual geração que senta em frente a um
computador, paquera, se ilustra, vê
filmes pornográficos, mas não toma banho nem para lavar sua matéria tampouco
para lavar a alma e sua própria consciência.
A atual geração nunca vivenciou uma seca semelhante. É um
forte e convincente motivo para refletir sobre as ações do homem contra a
natureza e aprender a preservar o que Deus deixou para seu uso. Sobre o
assunto, o que resta é o pensamento dos mais antigos que pregam que a água por
certo virá em seu tempo devido, e quando chegar. Infelizmente, se for
realidade, a atual crise será esquecida em poucos dias... e faz de conta que
nada aconteceu, o sofrimento atual será substituido pela abundancia da água
(temportiamente). Assim é o comportamento atual da humanidade... <>
Tribuna União com Agências //