A
febre amarela, a dengue, a zika, a chikungunya e a mayaro são doenças causadas
por vírus diferentes, mas que são transmitidas pelo mesmo mosquito, o Aedes
aegypti. O inseto se prolifera em ambientes com água limpa parada, acumulada em
lixos nas ruas e até mesmo em objetos nas casas como garrafas, pratos de vasos
de plantas, pneus, ente outros. Apenas em 2016, segundo boletim divulgado pelo
Ministério da Saúde, 2,175 milhões de casos de infecções, com 846 mortes,
relacionadas aos vírus transmitidos pelo mosquito foram registrados. A
Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) explica as
diferenças entre as doenças, assim como os sintomas.
“Estas doenças têm sinais e sintomas
iniciais muito semelhantes entre si, como febre, mal-estar, náuseas, vômitos e
dores no corpo, mas ao longo do tempo cada uma tem características que ajudam a
diferenciá-las, embora às vezes sejam necessários exames laboratoriais para
confirmar o diagnóstico”, explica Rodrigo Lima, médico de família e comunidade e
diretor de comunicação da SBMFC.
Saiba as diferenças:
Febre amarela: No caso da febre amarela, a
transmissão pelo Aedes aegypti se dá em áreas urbanas, pois em áreas rurais o
mosquito transmissor é outro (chamado Haemagogus). Além dos sinais e sintomas
já descritos ela pode provocar sangramentos, urina escura e pele bastante
amarelada.
Dengue: tem como principal característica
as dores musculares, as manchas na pele e alterações na coagulação sanguínea
que se manifestam por sangramentos em mucosas (olhos, nariz, boca, ânus, etc);
Zika: tem como principais manifestações às manchas na pele que coçam
bastante, além da conjuntivite que pode acontecer em alguns casos;
Chikungunya: é conhecida por provocar dores
intensas nas articulações que são bastante incapacitantes e que podem durar
meses, quadro semelhante à mayaro.
Nenhuma delas tem tratamento específico
e todas são autolimitadas, ou seja, desaparecem após um período específico, que
pode ser de poucos dias (mais comum) até semanas ou meses (no caso da chikungunya).
“O manejo dos casos é feito com
sintomáticos e com medidas de prevenção e controle de complicações,
especialmente a desidratação e os sangramentos. Casos mais complicados
necessitam de internação hospitalar. Não costumam deixar sequelas, com exceção
da zika, que pode atingir o sistema nervoso de fetos durante a gravidez de mães
infectadas e provocar malformações neurológicas de diversos graus”, ressalta
Lima.
Quem é o médico de família e
comunidade?
A medicina de família e comunidade é
uma especialidade médica, assim como a cardiologia, neurologia e ginecologia. O
MFC é o especialista em cuidar das pessoas, da família e da comunidade no
contexto da atenção primária à saúde. Ele acompanha as pessoas ao longo da
vida, independentemente do gênero, idade ou possível doença, integrando ações
de promoção, prevenção e recuperação da saúde. Esse profissional atua próximo
aos pacientes antes mesmo do surgimento de uma doença, realizando diagnósticos
precoces e os poupando de intervenções excessivas ou desnecessárias.
É um clínico e comunicador habilidoso,
pois utiliza abordagem centrada na pessoa e é capaz de resolver pelo menos 90%
dos problemas de saúde, manejar sintomas inespecíficos e realizar ações
preventivas. É um coordenador do cuidado, trabalha em equipe e em rede, advoga
em prol da saúde dos seus pacientes e da comunidade. Atualmente há no Brasil
mais de 3.200 médicos com título de especialista em medicina de família e
comunidade. <> Notícias ao Minuto //