Os políticos com mandato se esquivam de falar sobre 2018.
Mas o fato é que as articulações já começaram. Este ano é pré-eleitoral e a
próxima disputa por votos, a primeira após a crise política que resultou no
impeachment da presidente Dilma Rousseff, será ferrenha, sobretudo em Alagoas.
O Estado, agora, além do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), conta
com dois ministros de Michel Temer (PMDB): Maurício Quintella (PRB), dos
Transportes, e Marx Beltrão (PMDB), do Turismo. Isso significa mais alagoanos
com grande influência direta em Brasília e, por consequência, no Estado e nos
municípios.
Duas vagas para o Senado estarão em jogo. Renan Calheiros e Benedito de Lira,
se quiserem renovar o status de senadores, terão que passar pelo crivo das
urnas. E não devem estar sozinhos na empreitada. Os ministros alagoanos, o
ex-governador e ex-senador Teotônio Vilela Filho (PSDB), além do deputado
federal Ronaldo Lessa (PDT), já tiveram os nomes ventilados para compor a lista
de opções. Tantos concorrentes já deixaram em alerta Renan Calheiros que,
segundo a coluna Radar On-line, da Veja, na próxima segunda-feira deve se
reunir com Maurício Quintella para tentar acertar os ponteiros, tudo indica que
a pedido de Temer.
“O cenário é bastante complexo”, considera a cientista política Luciana
Santana. “Renan ainda é um homem forte do PMDB nacional e em Alagoas. Ele vai
investir pesado nas eleições. As chances de ele ganhar vão depender de seus
concorrentes”, explicou. Renan Calheiros é senador desde 1995 e este ano
finaliza o seu terceiro mandato. É do mesmo partido que o ministro Marx
Beltrão, cuja família, a exemplo do chamado “Clã dos Calheiros”, amplia cada
vez mais seu poder na “Terra dos Marechais”. Deputado federal de primeiro
mandato, Marx conquistou o cargo de ministro e conseguiu eleger parentes para
cinco prefeituras (Feliz Deserto, Jequiá da Praia, Coruripe, Penedo e
Piaçabuçu), além de aliados sem Beltrão no sobrenome, a exemplo de Júlio César,
em Palmeira dos Índios. Com o seu apoio, em outubro passado, o
nanico PSD elegeu oito prefeituras em Alagoas. <>
Gazeta de Alagoas