Em coletiva a imprensa no início da noite deste domingo
(15), após um dia de inspeção na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na região
metropolitana de Natal, as autoridades de segurança pública do Rio Grande do
Norte informaram que 26 pessoas – não 27, como noticiado mais cedo – foram
mortas durante um motim que começou no sábado (14).
A rebelião - resultante de uma briga entre
integrantes de facções criminosas rivais que cumprem pena na unidade -
aconteceu no pavilhão 4 da penitenciária, quando detentos do pavilhão 5, que
são mantidos separados, escaparam e deram início ao confronto. O motim foi
contido no começo da manhã de hoje (15). Houve mobilização de todas as forças
policiais do estado para conter o conflito, evitando que se espalhasse para
outros pavilhões.
O secretário estadual da Justiça e da Cidadania,
Walber Virgolino da Silva Ferreira, disse que o cenário no interior de Alcaçuz
após a rebelião era de barbárie, com as estruturas muito danificadas e corpos
mutilados. Dois corpos foram carbonizados, um semicarbonizado e todas as outras
vítimas foram decapitadas.
O diretor do Instituto Técnico-Científico de
Polícia (ITEP) , Marcos Brandão, informou que os 26 corpos foram acondicionados
em sacos próprios e levados para uma carreta refrigerada sob o cuidado da
polícia militar. “Amanhã começam os trabalhos de necrópsia e identificação”,
informou. Ele não deu prazo para a identificação das vítimas, mas informou que
as famílias de detentos que estiverem em busca de informações devem ir até o
ITEP, e não ao presídio de Alcaçuz.
O secretário estadual de Segurança Pública e Defesa
Social, Caio César Marques Bezerra, disse que durante a tarde as forças
policiais, incluindo autoridades, soldados e peritos, entraram na penitenciária
para realizar a contagem dos presos, a análise da extensão dos danos
estruturais e avaliar a quantidade de vítimas mortas e feridas. Também foram
feitas revistas nas celas e apreendidas armas caseiras. Um detento fugiu
durante a rebelião, mas foi encontrado rapidamente.
Sobre as medidas para evitar um novo massacre, o
secretário Virgolino disse que forças de segurança estão na unidade e o
policiamento foi reforçado para a noite. “O período noturno exige mais cuidado
para evitar que grupos rivais entrem em conflito. A vigilância foi reforçada
dentro do presídio, nas guaritas e nos arredores da unidade.”, disse. Ele
também informou que homens da Força Nacional estão reforçando a proteção do
perímetro da unidade.
O secretário de segurança informou que amanhã
haverá uma nova inspeção no presídio pelas forças policiais, incluindo tropa de
choque e outras, que vão entrar de novo no local em busca de armas brancas que
possam ter sido usadas nas execuções.
A Polícia Civil disse que esta semana serão
instaurados os inquéritos para investigar as mortes.
Transferências
Sobre a transferência de líderes da rebelião para
outros presídios, o secretário Bezerra disse que elas vão acontecer se houver
necessidade, mas que ainda é cedo para se ter uma posição oficial. “As
transferências serão realizadas de acordo com o resultado das investigações e
vão ocorrer se for necessário”, falou.
Grupo armado
explode muro de presídio no Paraná: 28 presos fogem e dois morrem
Pelo menos dois
presos morreram e 28 fugiram da Penitenciária Estadual de Piraquara, na região
metropolitana de Curitiba, na madrugada de hoje (15). Segundo a Secretaria
Estadual de Segurança Pública e Administração Penitenciária, os internos
escaparam após uma explosão que abriu um buraco no muro da unidade.
De acordo com o
Instituto Médico Legal (IML), os corpos dos dois presos - baleados e mortos
durante confronto com os policiais que tentavam conter a fuga - foram
transferidos da penitenciária para serem identificados. Com os criminosos
mortos, a polícia encontrou uma metralhadora Uzi 9 mm, uma bolsa com
aproximadamente 300 cartuchos calibre 5,56 e um colete à prova de balas.
Por volta das 3
horas da madrugada, houve um tumulto entre os presos. Para o secretário de
Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita, o propósito dos detentos era
desviar a atenção dos agentes penitenciários. E perto das 5h30, houve dois
fortes estrondos na penitenciária.
Cerca de 15
homens fortemente armados participaram da ação do lado de fora da
penitenciária, dando cobertura à fuga. Reunidos próximo ao buraco aberto no
muro, o grupo disparou contra os policiais que estavam nas guaritas e contra as
equipes de segurança em solo. Na fuga, quatro suspeitos fizeram uma família
refém na cidade de Quatro Barras. Os bandidos portavam três fuzis e duas
pistolas e foram rendidos por policiais do Batalhão de Operações Policiais
Especiais (BOPE).
Para o
secretário Mesquita, a ação demonstra um alto nível de organização. “Trata-se
de uma ação orquestrada há muitos dias, preparada. A Polícia Civil vai
investigar os envolvidos neste plano de fuga e as forças de segurança do Estado
estão agora empenhadas para recapturar os detentos que conseguiram fugir".
Para tentar
localizar os fugitivos, a Polícia Militar deslocou um helicóptero e dezenas de
unidades para o local da ocorrência. Equipes da Polícia Rodoviária Federal
(PRF) montaram barreiras e estão abordando veículos suspeitos na BR-116, que
atravessa o estado.
Dez detentos fogem de presídio na região metropolitana
de Belo Horizonte
Dez detentos fugiram do Presídio Regional de Ibirité, na Região
Metropolitana de Belo Horizonte, na madrugada deste domingo (15). O 48º
Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais está atuando nas buscas pelos
fugitivos, mas até às 16h20 nenhum deles havia sido localizado.
A fuga aconteceu por volta das 3h. Não há registro de mortos ou feridos.
Também não houve rebelião no presídio. Os dez foragidos compartilhavam a cela
com outros três detentos que não quiseram participar da fuga. Eles serraram as
grades do local e usaram uma corda feita de cobertores e lençóis para escapar.
A PM encontrou uniformes usados pelos detentos nos arredores da unidade.
Os nomes dos foragidos ainda não foram divulgados.
Para evitar
conflitos, 600 detentos são transferidos no sistema prisional de AL
Uma operação conjunta da Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social
(Seris) e da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP), transferiu
internamente 600 reeducandos do sistema prisional de Alagoas, neste domingo
(15). Com apoio do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Batalhão
de Polícia de Radiopatrulha (BPRp) e os helicópteros Falcão 2 e Falcão 3,
os presos foram transferidos para evitar confrontos.
De acordo com o secretário da Seris, tenente-coronel Marcos Sérgio, o
serviço de inteligência detectou possíveis situações de conflito. "É uma
medida proativa, para evitar confrontos como o do Rio Grande do Norte e
garantir a segurança dos detentos, dos familiares e dos agentes penitenciários.
Cerca de 300 profissionais estão envolvidos na operação", explicou.
Os detentos foram redistribuídos entre os presídios Cyridião Durval,
Baldomero Cavalcanti e Presídio de Segurança Máxima. O Grupo de escolta,
remoção e intervenção tática (GERIT/COP) foi acionado para a revista dos
detentos e o controle das transferências. Durante a ação, os agentes
apreenderam armas caseiras.
Mortes na Casa de Custódia
Após a morte de dois reeducandos na Casa de Custódia, o Cadeião, no
último dia 12, o governador Renan Filho (PMDB) disse que a movimentação no sistema
prisional de Alagoas está sendo acompanhada pela cúpula da Segurança Pública de
Alagoas. Apesar de não ter ligação direta com o ocorrido, o secretário da
Seris, informou que a decisão para transferir os presos foi uma preocupação do
governador para evitar confrontos e assegurar a tranquilidade nas unidades.
Os corpos de Alexsandro Neves e de Jonathan Marques Tavares foram
encontrados por agentes penitenciários durante trabalho de rotina nos módulos 1
e 2 da Casa de Custódia.
O delegado Fábio Costa, coordenador da Delegacia de Homicídios da
Capital (DHC), informou que as investigações apontam que Jonathan Marques
Tavares foi morto pelo reeducando José Hildemar da Cruz Reis, conhecido como
"Baiano", que estava preso por homicídio na unidade penitenciária. O
motivo seria desavenças que sugiram fora do sistema prisional envolvendo a
namorada de Jonathan.
Já sobre a segunda vítima Alexsandro Neves Breno, que faleceu no módulo
2, ele disse que o inquérito está em fase de conclusão. Para o delegado Fábio
Costa, o homicídio tem a possibilidade de estar ligado à guerra entre o
Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV). <> Agência Brasil e Gazetaweb //