Um surto de
chikungunya pode acontecer em Alagoas no ano de 2017. Segundo o médico
reumatologista da Santa Casa de Maceió, George Christopoulos, os dados para um
possível surto são baseados em evidências científicas e nos casos que aconteceram
em outras partes do mundo. “A taxa de acometimento da população em cidades que
sofreram com surtos de chikungunya nos diz que entre 35% a 62% da população
poderá ser atingida”, afirma George à reportagem do Tribuna Hoje.
O mosquito Aedes
aegypti é o transmissor da dengue, zika e chikungunya. Segundo o médico
reumatologista, de cada 10 pacientes com zika, apenas uma pessoa apresenta
algum sintoma, porém, quando o assunto é chikungunya, a situação muda de
cenário para pior. “De cada 10 pacientes contaminados com chikungunya, nove
terão algum sintoma. Se o sistema quase entrou em colapso no surto de zika,
imaginem o que pode acontecer com uma epidemia de chikungunya”, diz. O médico
ainda alerta que 30% das pessoas com chikungunya sofrerão com dores crônicas
que podem ultrapassar três meses, e muitos poderão ter dor, por causa da
doença, por alguns anos.
George
Christopoulos afirma que, se a crise vier como aconteceu em outras cidades pelo
mundo, “não haverá a menor capacidade dos sistemas público e particular de
darem assistência a todos os enfermos”. “Médicos da assistência básica não
estão preparados para atender aos portadores de tal patologia. As manifestações
clínicas da chikungunya não são fáceis de serem resolvidas”, diz. George também
fala que, além das três principais doenças causadas pelo mosquito em Alagoas,
ainda existe a possibilidade de aparecer uma doença chamada ‘mayaro’, também
transmitida pelo Aedes aegypti. O médico afirma que já há casos de ‘mayaro’ no
Brasil e que é grande a possibilidade da enfermidade chegar a Alagoas.
O número de
mortes causadas pela chikungunya já supera a dengue e a zika na região
Nordeste. Segundo o médico, essa constatação é da Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz). “Os tratamentos variam desde analgésicos na fase aguda até
corticosteroides na fase subaguda e medicações antirreumáticas nas fases
subagudas e crônicas. Os custos do tratamento serão altos para aqueles que
evoluírem para a fase crônica”, diz o médico. Tribuna Hoje //