Até a
próxima sexta (25/11) o Banco de Sangue da Santa Casa de Maceió realiza uma
tripla campanha humanitária. A primeira visa aumentar o número de doadores de
sangue e de plaquetas. A segunda visa cadastrar candidatos à doação de medula
óssea. Neste caso, retira-se do voluntário apenas alguns mililitros de sangue
para sua inclusão no Cadastro Nacional de Doadores de Medula Óssea.
Conforme explica a assistente
social do Serviço de Hemoterapia Maria Luiza Inácio, o sangue será destinado a
pacientes em procedimentos cirúrgicos de emergência e as plaquetas a pacientes
com leucemia. Já o cadastro de doadores de medula óssea ajuda a encontrar
pessoas compatíveis para realização de transplante, procedimento que ajuda a
tratar pacientes com leucemia, linfomas entre outras patologias.
O Banco de Sangue Santa Casa de
Maceió funciona de segunda a sexta-feira das 7h30min às 11h e das 13h às 16h.
Mais informações pelos telefones: 2123-6240 (Recepção) e 2123-6098 (Serviço
Social).
Critérios para doação de sangue
- Estar em boas condições
de saúde e alimentado;
- Apresentar documento oficial com foto;
- Ter idade entre 18 e 60 anos;
- Pesar a partir de 55 kg
Não confundir medula óssea e espinhal
A maior preocupação dos
especialistas é que as pessoas confundam medula óssea com medula espinhal. A
medula óssea é um tecido líquido-gelatinoso que ocupa o interior dos ossos,
sendo conhecido popularmente por ‘tutano’. É este líquido, retirado da bacia,
que pode salvar pacientes com doenças que afetam as células do sangue.
Não se deve confundir a medula óssea com a
medula espinhal. A medula espinhal jamais poderá ser retirada para doação. Essa
medula é formada pelo tecido nervoso que ocupa o espaço dentro da coluna
vertebral e tem como função transmitir os impulsos nervosos, a partir do
cérebro, para todo o corpo.
Para fazer o cadastro, basta preencher um
questionário, coletar uma gota de sangue e apresentar documento com foto.
A doação ocorrerá apenas se no cruzamento de informações do Registro Nacional
de Doadores Voluntários de Medula Óssea for constatada compatibilidade entre
você, doador, e o paciente candidato a receptor.
Confira a seguir as principais dúvidas sobre a
doação de medula óssea esclarecidas pelo Instituto Nacional do Câncer.
O que é medula óssea?
É um tecido
líquido-gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecida popularmente
por ‘tutano’. Na medula óssea são produzidos os componentes do sangue: as
hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas.
As hemácias transportam o oxigênio dos pulmões para as células de todo o nosso
organismo e o gás carbônico das células para os pulmões, a fim de ser expirado.
Os leucócitos são os agentes mais importantes do sistema de defesa do nosso
organismo e nos defendem das infecções. As plaquetas compõem o sistema de
coagulação do sangue.
Qual a diferença entre medula óssea e medula espinhal?
Enquanto a medula óssea,
como descrito anteriormente, é um tecido líquido que ocupa a cavidade dos
ossos, a medula espinhal é formada de tecido nervoso que ocupa o espaço dentro
da coluna vertebral e tem como função transmitir os impulsos nervosos, a partir
do cérebro, para todo o corpo. Quando se fala em doação de medula, estamos
falando de medula óssea e não de medula espinhal. Essa confusão, inclusive, é o
que afasta muitas pessoas da fila de doação.
O que é transplante de medula óssea?
É um tipo de tratamento
proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, como leucemia
aguda; leucemia mieloide crônica; leucemia mielomonocítica crônica; linfomas;
anemias graves; anemias congênitas; hemoglobinopatias; imunodeficiências
congênitas; mieloma múltiplo; Síndrome mielodisplásica hipocelular;
imunodeficiência combinada severa; osteopetrose; mielofibrose primária em fase
evolutiva; Síndrome mielodisplásica em transformação; talassemia major, etc.
Consiste na substituição de uma medula óssea doente ou deficitária por células
normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma medula
saudável. O transplante pode ser autogênico, quando a medula vem do próprio
paciente. No transplante alogênico a medula vem de um doador. O transplante
também pode ser feito a partir de células precursoras de medula óssea, obtidas
do sangue circulante de um doador ou do sangue de cordão umbilical.
Quando é necessário o transplante?
Em doenças do sangue como
a anemia aplástica grave, mielodisplasias e em alguns tipos de leucemias, como
a leucemia mieloide aguda, leucemia mieloide crônica, leucemia linfoide aguda.
No mieloma múltiplo e linfomas, o transplante também pode ser indicado.
Anemia aplástica: É uma doença que se
caracteriza pela falta de produção de células do sangue na medula óssea. Apesar
de não ser uma doença maligna, o transplante surge como uma saída para
‘substituir’ a medula improdutiva por uma sadia.
Leucemia: É um tipo de câncer que compromete os
glóbulos brancos (leucócitos), afetando sua função e velocidade de crescimento.
Nesses casos, o transplante é complementar aos tratamentos convencionais.
Como é o transplante para o doador?
Antes da doação, o doador
faz um rigoroso exame clínico incluindo exames complementares para confirmar o
seu bom estado de saúde. Não há exigência quanto à mudança de hábitos de vida,
trabalho ou alimentação. A doação é feita em centro cirúrgico, sob anestesia, e
tem duração de aproximadamente duas horas. São realizadas múltiplas punções,
com agulhas, nos ossos posteriores da bacia e é aspirada a medula. Retira-se um
volume de medula do doador de, no máximo, 15%. Esta retirada não causa qualquer
comprometimento à saúde. Leia mais sobre a doação de medula.
Como é o transplante para o paciente?
Depois de se submeter a um
tratamento que ataca as células doentes e destrói a própria medula, o paciente
recebe a medula sadia como se fosse uma transfusão de sangue. Essa nova medula
é rica em células chamadas progenitoras que, uma vez na corrente sangüínea,
circulam e vão se alojar na medula óssea, onde se desenvolvem. Durante o
período em que estas células ainda não são capazes de produzir glóbulos
brancos, vermelhos e plaquetas em quantidade suficiente para manter as taxas
dentro da normalidade, o paciente fica mais exposto a episódios infecciosos e
hemorragias. Por isso, deve ser mantido internado no hospital, em regime de
isolamento. Cuidados com a dieta, limpeza e esforços físicos são necessários.
Por um período de duas a três semanas, o paciente necessitará ser mantido
internado e, apesar de todos os cuidados, os episódios de febre são muito
comuns. Após a recuperação da medula, o paciente continua a receber tratamento,
só que em regime ambulatorial, sendo necessário em alguns casos o
comparecimento diário ao Hospital-dia.
Quais os riscos para o paciente?
A boa evolução durante o
transplante depende de vários fatores: o estágio da doença (diagnóstico
precoce), o estado geral do paciente, boas condições nutricionais e clínicas,
além, é claro, do doador ideal. Os principais riscos se relacionam às infecções
e às drogas quimioterápicas utilizadas durante o tratamento. Com a recuperação
da medula, as novas células crescem com uma nova ‘memória’ e, por serem células
da defesa do organismo, podem reconhecer alguns órgãos do indivíduo como
estranhos. Esta complicação, chamada de doença enxerto contra hospedeiro, é
relativamente comum, de intensidade variável e pode ser controlada com
medicamentos adequados. No transplante de medula, a rejeição é relativamente
rara, mas pode acontecer. Por isso, existe a preocupação com a seleção do
doador adequado e o preparo do paciente.
Quais os riscos para o doador?
Os riscos são poucos e
relacionados a um procedimento que necessita de anestesia, sendo retirada do
doador a quantidade de medula óssea necessária (menos de 15%). Dentro de poucas
semanas, a medula óssea do doador estará inteiramente recuperada. Uma avaliação
pré-operatória detalhada verifica as condições clínicas e cardiovasculares do
doador visando a orientar a equipe anestésica envolvida no procedimento
operatório. Os sintomas que podem ocorrer após a doação – dor local, astenia
(fraqueza temporária), dor de cabeça, em geral – são passageiros e controlados
com medicamentos simples, como analgésicos.
O que é compatibilidade?
Para que se realize um
transplante de medula é necessário que haja uma total compatibilidade entre
doador e receptor. Caso contrário, a medula será rejeitada. Esta
compatibilidade é determinada por um conjunto de genes localizados no
cromossoma 6, que devem ser iguais entre doador e receptor. A análise de
compatibilidade é realizada por meio de testes laboratoriais específicos, a
partir de amostras de sangue do doador e receptor, chamados de exames de
histocompatibilidade. Com base nas leis de genética, as chances de um indivíduo
encontrar um doador ideal entre irmãos (mesmo pai e mesma mãe) é de 25%.
O que fazer quando não há um doador compatível?
Quando não há um doador
aparentado (geralmente um irmão ou parente próximo, geralmente um dos pais), a
solução para o transplante de medula é fazer uma busca nos registros de
doadores voluntários, tanto no REDOME (o Registro Nacional de Doadores
Voluntários de Medula Óssea) como nos do exterior. No Brasil a mistura de raças
dificulta a localização de doadores compatíveis. Mas hoje já existem mais de 21
milhões de doadores em todo o mundo. No Brasil, o REDOME tem mais de 3 milhões
de doadores.
O que é o REDOME?
Para reunir as informações
(nome, endereço, resultados de exames, características genéticas) de pessoas
que se voluntariam a doar medula para pacientes que precisam do transplante foi
criado o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME), instalado no
INCA. Um sistema informatizado cruza as informações genéticas dos doadores
voluntários cadastrados no REDOME com as dos pacientes que precisam do
transplante. Quando é verificada compatibilidade, a pessoa é convocada para
efetivar a doação.
Doação de Medula Óssea
O número de doadores
voluntários tem aumentado expressivamente nos últimos anos. Em 2000, existiam
apenas 12 mil inscritos. Naquele ano, dos transplantes de medula realizados,
apenas 10% dos doadores eram brasileiros localizados no REDOME. Agora há 3,500
milhões de doadores inscritos e o percentual subiu para 70%. O Brasil tornou-se
o terceiro maior banco de dados do gênero no mundo, ficando atrás apenas dos
registros dos Estados Unidos (quase 7 milhões de doadores) e da Alemanha (quase
5 milhões de doadores).
A evolução no número de
doadores deveu-se aos investimentos e campanhas de sensibilização da população,
promovidas pelo Ministério da Saúde e órgãos vinculados, como o INCA. Essas
campanhas mobilizaram hemocentros, laboratórios, ONGs, instituições públicas e
privadas e a sociedade em geral. Desde a criação do REDOME, em 2000, o SUS já
investiu R$ 673 milhões na identificação de doadores para transplante de medula
óssea. Os gastos crescerem 4.308,51% de 2001 a 2009.
Onde posso me inscrever para ser um doador voluntário de
medula?
É possível se cadastrar
como doador voluntário de medula óssea nos Hemocentros nos estados. Na Santa
Casa de Maceió, procure o Banco de Sangue.
Horário de funcionamento – Banco de Sangue Santa
Casa de Maceió
De Segunda a sexta-feira das 7h30min às 11h e
das 13h às 16h
Telefones: 2123-6240 (Recepção) e 2123-6098
(Serviço Social) ()()()()( Ascom Sant Casa – Informaçoes Malta Net