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11/01/2010 00:00:00

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com cadaminuto // antonio melo

Produtores de coco do litoral Norte de Alagoas denunciam o aliciamento de traficantes que orientam famílias inteiras para roubarem os cocos, ainda nos pés, em troca de drogas, a exemplo de crack ou nóia.

Chamado pelos produtores de “Praga de dois Pés”, os produtores alegam que já estão tendo prejuízo por não conseguirem controlar os constantes roubos praticados, geralmente as noites e madrugadas.

Em entrevista a Rádio CBN Maceió, o presidente da Associação dos Produtores de Coco do Estado de Alagoas (Prococo), Eurico Uchôa afirmou ao jornalista Manoel Miranda que a entidade já procurou o Secretário de Defesa Social, mas que nenhuma ação foi implementada pela polícia no sentido de prender os responsáveis.

Segundo relato de alguns produtores, os cocos são comercializados por até R$ 0,60 em troca das drogas, uma vez que o coco é um produto fácil de se negociar e dele tudo é aproveitado.

“O esquema é muito grande. Primeiro os traficantes contratam pessoas que moram em casas nos próprios sítios e os orientam que cada coco vale R$ 0,05 ou cinco cocos por uma pedra de crack, daí, geralmente jovens sobem nos pés, roubam os cocos e entregam aos traficantes que levam os produtos para mais uma vez trocar por drogas. É um ciclo quase que interminável”, relatou um produtor que esteve junto com representantes da Prococo, com o Comandante do Policiamento do Interior – CPI, da Polícia Militar de Alagoas, coronel Paulo Sergio.

O próprio coronel, que tomou conhecimento do caso através da Rádio CBN, disse durante entrevista ao ancora Carlos Miranda que a denuncia é grave e que com a ajuda do Serviço de Inteligência da PM vai identificar não somente quem rouba, mas principalmente os traficantes.

No Estado são cerca de 500 produtores de coco cadastrados, e segundo dados da Associação, cerca de 60% deles estão enfrentando o mesmo problema. A polícia já tem informações que a quadrilha é bem articulada.

“Os traficantes maiores não aparecem nos sítios. Eles subcontratam pessoas daqui de Maceió para identificarem as famílias mais pobres e que morem nos próprios sítios. São essas pessoas, que não tem onde trabalhar, que fazem o serviço, ou seja, roubam os cocos que são comprados pelos criminosos ao preços de no máximo R$ 0,05 ou negociados com crack ou nóia. Daí os cocos são levados de carros para outras cidades do litoral, onde são novamente negociados por até R$ 0,60 em troca de mais drogas com os verdadeiros lideres do grupo ou seja, os traficantes” disse um oficial que na última semana fez um levantamento de como acontece o esquema.

A região Norte de Alagoas, na avaliação dos representantes da Prococo é a mais rica em plantio do fruto e segundo Eurico Uchôa a mais carente de policiamento.

“Após o Estatuto do Desarmamento quem na verdade se armou foram os bandidos. Os homens de bem estão proibidos e podem até serem desmoralizados e presos se forem flagrados armados. Em contrapartida somos obrigados a conviver com marginais entrando armados na hora que querem em nossos sítios para roubar”, desabafou Uchôa.



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