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10/01/2010 00:00:00

Saúde


Saúde

com ascomufal // roberta batista

Em comemoração ao Dia Mundial de Combate à Hanseníase, a ser realizado no último domingo de janeiro, a Universidade Federal de Alagoas acolhe, de 12 a 15 de janeiro, a Carreta da Saúde do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan).

O caminhão ficará à disposição da população, ao lado da Biblioteca Central do Campus da Universidade Federal- Maceió, para consultas visando diagnosticar novos casos de hanseníase e de tuberculose no município de Maceió. A mesma ação realizada, em dezembro do ano passado, no município de Santana de Ipanema detectou sete novos casos de hanseníase e dois casos de reincidência .

A busca por novos casos das duas doenças é realizada pela Ufal, através do Núcleo de Saúde Pública da Faculdade de Medicina (Nusp/Famed), da Escola de Enfermagem e Farmácia (Esenfar) e do Ambulatório de Dermatologia do Hospital Universitário. A coordenação é das professoras Clodis Maria Tavares, da Esenfar, e Rejane Rocha da Silva, do Nusp.

O projeto conta com o apoio das Unidades Nacional e Regional do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), da Secretaria Municipal de Saúde de Maceió e da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas, que cederam técnicos em laboratório, médicos e enfermeiros da Estratégia Saúde da Família, que atuam na Atenção Básica para realizar os exames.

Residentes e estudantes de Medicina, Enfermagem e Farmácia também participarão do evento. Os estudantes fazem parte do Grupo de Extensão de Hanseníase, criado em 2008 pela parceria Esenfar/Famed/Nusp.

O Morhan Nacional, que tem sede na cidade do Rio de Janeiro, existe desde 1981 e é uma entidade sem fins lucrativos composta por pacientes, ex-pacientes e pessoas interessadas no combate ao preconceito em torno da hanseníase. A coordenação é de Artur Custódio Moreira de Sousa, que estará presente ao evento. Já o Morhan Maceió é coordenado pela professora Rejane Rocha da Silva, que ressalta o trabalho dos agentes comunitários de saúde na conscientização da população para os sintomas da hanseníase e da tuberculose, principalmente das que convivem com portadores ou ex-portadores das doenças, os chamados “contatos”.

A professora Clodis Tavares, coordenadora de hanseníase do Estado de Alagoas, explica que nos dias de mobilização, educação e busca ativa dos novos casos das duas doenças, as pessoas inicialmente orientadas pelos agentes de saúde e provenientes dos 8 distritos sanitários de Maceió farão os exames no caminhão instalado na Ufal, ao lado da Biblioteca Central onde receberão o atendimento, e em casos positivos serão encaminhados para a sua Unidade, com o objetivo de serem tratadas o mais próximo de suas residências.

O dia 12 será destinado para exames nas pessoas oriundas dos VII e VI distritos sanitários; o dia 13, para as pessoas dos V e VI distritos; o dia 14, para a população dos III e II distritos; já o dia 15 será destinado para as pessoas provenientes dos VIII e I distritos.

A Carreta da Saúde, doada para o Morhan pela multinacional de medicamentos Novartis, é composta por cinco consultórios e um laboratório para realização dos exames de baciloscopia (exames de escarro) e dermato-neurológico das lesões de pele. Possui seus ambientes climatizados com ar-condicionado, banheiro, palco com potente sistema de som, projetor multimídia com telão e elevador hidráulico, para acesso de cadeirantes e idosos. E faz parte da Aliança Mundial do Combate à Hanseníase.

Sobre a hanseníase, a professora Clodis Tavares explicou que o Brasil é o 2º lugar do mundo em número de casos e o 1 º lugar em coeficiente de detecção (incidência). Além de responder por 90% dos casos de hanseníase das Américas.

Dados da Secretaria de Saúde do Estado de Alagoas, da Secretaria Municipal de Saúde, do Ministério da Saúde, através das Coordenações Estadual, Municipal e Nacional de Controle da Hanseníase revelam que o aumento de casos entre crianças e adolescentes e pessoas com sequelas, com incapacidades físicas simbolizam uma endemia oculta.

“Isso significa que por trás da detecção de casos entre crianças e adolescentes havia idosos e adultos que não foram diagnosticados. Por trás da criança e do adolescente existiam pessoas doentes de formas contagiantes, sem diagnósticos, sem tratamento”, disse a professora. “A hanseníase tem tratamento e cura, mas se não diagnosticada a tempo deixa sequelas e é isso que nós estamos buscando evitar. Por isso a maior mobilização pelo diagnóstico precoce”, complementou Clodis Tavares.

Já sobre a tuberculose, Clodis Tavares esclarece que 1% da população brasileira é de sintomáticos respiratórios, ou seja, apresentam tosse e expectoração por mais de três semanas. E 4% podem estar iniciando tuberculose.

A professora também frisou a importância da Universidade na formação e na capacitação dos profissionais, e o apoio aos trabalhos dos profissionais formados. “Abrigar um evento desse e abri-lo para a comunidade é um importante papel da Universidade”, disse a professora da Esenfar.
 



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