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O Sindicato Interestadual dos Trabalhadores Celetistas nas Cooperativas (Sintracoop/AL) deve ingressar com uma ação no Ministério Público do Trabalho (MPT), com o objetivo de garantir os reajustes salariais dos trabalhadores das 53 cooperativas registradas no estado. A informação foi confirmada pelo presidente da entidade classista, Raphael Miguel.
Ele contou à Folha que a negociação coletiva está travada diante da indefinição do sindicato patronal. No caso, o Sistema OCB/AL (Sindicato e Organização das Cooperativas) vive um imbróglio na eleição da nova diretoria, inviabilizando as tratativas da data-base. Nesse cenário, estão inclusos os milhares de cooperados da Unimed e do Sicredi, por exemplo.
Para não prejudicar os trabalhadores, o Sintracoop autorizou as cooperativas a aplicarem um reajuste com valor mínimo de cerca de 10%, referente à inflação de 2021, já que a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) segue sem previsão de resolução. No entanto, segundo Raphael, apenas seis cooperativas das 53 procuraram pelo acordo até o momento.
“Tivemos cinco, seis cooperativas agora com a Servimed, que nos procuraram para fazer através do acordo coletivo específico. As demais se furtaram da negociação, deixando para lá e não se importando com os trabalhadores que elas têm”, explicou o presidente do Sintracoop.
Com o ofício sendo ignorado pela maioria das cooperativas, o pedido deve ser feito via MPT. A ação já está elaborada, aguardando o posicionamento do corpo jurídico do sindicato para ser protocolada. No dia 07 de junho, houve uma tentativa de mediação no Ministério do Trabalho, mas sem êxito entre as partes, nem mesmo ocorreu interesse por parte da federação (Fecoop/Sulene) .
“A data-base é 1º de janeiro, e faz 1 ano e 6 meses que eles estão sem reajuste salarial. O sindicato, preservando o direito dos trabalhadores, vai entrar, sim, com uma medida judicial no Ministério Público do Trabalho, para poder garantir o direito deles. Passamos dois anos de dificuldades por motivo da pandemia e algumas cooperativas não valorizam, infelizmente, o seu trabalhador”, disse Raphael.
Resposta
A Folha procurou o Sistema OCB/AL para entender o andamento das questões e se há uma perspectiva de solução e o prazo para tal. Em texto, foi repassado à Folha que o assunto está sendo tratado com o sindicato dos trabalhadores, que as negociações estão em fase final, e que o sindicato patronal desconhece a informação de possível ação ajuizada por meio do MPT.
Eleição
A OCB/AL é comandada por Márcia Túlia, responsável pela organização desde a morte do ex-presidente Marcos Braga Rocha, em agosto de 2021. Ele que também presidiu a Unimed e o Hospital Sanatório. Entre março e abril, a oposição demonstrou insatisfação, fez acusações de supostas irregularidades no processo e cobrou a supervisão do pleito.
Do outro lado, a OCB/AL afirma que divulga as informações sobre o processo eleitoral de forma transparente. Com duas chapas inscritas, porém, a votação segue sem data marcada, o que leva incertezas para todos, sobretudo aos profissionais.
folha de alagoas
