O italiano Pasquale Palmieri foi condenado a 36 anos e sete meses de reclusão durante júri popular realizado desde a manhã desta terça-feira, 31, na 7ª Vara Criminal de Maceió. Ele foi julgado pela morte do bacharel em Direito, José Benedito Alves de Carvalho e pelas tentativas de homicídio contra Maricélia Schlemper (esposa de Benedito) e Dhanalutchmee Palmieri, ex-mulher do acusado, conhecida como Sandra, além da acusação de porte ilegal de arma de fogo. O julgamento foi presidido pelo juiz Ewerton Carminati.
Durante o julgamento sete testemunhas foram ouvidas, incluindo as duas vítimas sobreviventes, que eram os alvos iniciais do acusado.
Segundo o Ministério Público, que defendeu a pena máxima para o réu, no dia do crime o italiano teria solicitado uma audiência, alegando que tentaria um acordo com a ex-mulher. Pasquale Palmieri teria planejado o crime minuciosamente, chegando a adulterar a placa do veículo, além de ter quase seis mil reais no carro, o que demonstraria intenção de fugir.
A versão foi corroborada pelo depoimento da ex-esposa que disse ter sido alertada pela filha mais velha de Pasquale, que ela ajudou a criar, que ele havia comprado uma arma para matá-la.
Em depoimento, o réu confessou o crime e admitiu que chegou a disparar contra as duas mulheres, mas que a arma falhou. Ele se manteve em silêncio durante o restante do depoimento.
A ex-companheira de Palmiere detalhou em depoimento que após disparar contra ela e Maricélia, ele disparou uma terceira vez, momento em que José Benedito entrou na frente da esposa e foi atingido na mão e depois atirou uma última vez, com raiva, desta vez contra a região do tórax, levando a vítima a óbito.
“Para quem acredita em Deus foi ele que evitou os dois primeiros disparos”, disse o promotor de Justiça Izelman Inácio, um dos responsáveis pela acusação, ao apresentar ao Conselho de Sentença a diferença entre munição deflagrada e pinada.
O guarda judiciário que deteve o acusado no dia do crime também foi ouvido. Ele afirmou que quando deu ordem de prisão a Pasquale, o homem teria apontado a arma em sua direção e contado até três antes de baixá-la. Ele contou ainda que que dentro do carro foram encontradas outras munições novas calibre 32, do mesmo tipo de arma usada pelo italiano.