Durante essa semana, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, declarou o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin), instituída em fevereiro de 2020 devido à pandemia da Covid-19. Ao CadaMinuto, infectologistas alagoanos explicam sobre as consequências da decisão.
De acordo com a diretora médica do Hospital Escola Hélvio Auto e infectologista, Luciana Pacheco, o relaxamento das medidas de prevenção já ocorre indiretamente desde o início da pandemia.
“Desprezo pela importância do uso das máscaras, demora na compra de vacinas e declarações para amedrontar a população sobre reações das vacinas, para citar algumas”, comenta.
Ela destaca ainda que a decisão do ministro da saúde não deve ter mudanças efetivas no combate à covid-19, mas penaliza Estados e Municípios que ainda lidam com o grande número de casos, internações e óbitos.
Em entrevista, o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, vai decretar o "fim da pandemia" por meio de uma portaria no início do mês que vem. No entanto, Luciana informa que quem determina o fim de uma pandemia é a Organização Mundial da Saúde (OMS), e não o presidente.
A infectologista destaca que caso o cenário epidemiológico piore no país, o fim do decreto pode dificultar a adoção de novas medidas. “Novas variantes podem surgir e existem medicamentos antivirais comprovadamente eficazes no tratamento de casos ambulatoriais e mais graves que não estão aprovados pela Anvisa e precisariam do decreto emergencial para aquisição. Isso é grave!”, alerta.
Para Pacheco, o momento deve ser de cautela e de bom senso. Para ela, é necessário aumentar ainda mais a vacinação completa da população para termos mais tranquilidade para dizer que vencemos a pandemia.