O primeiro-ministro do Québec, François Legault, anunciou nesta terça-feira (11/01) que os residentes adultos que se recusarem a se vacinar contra a covid-19 deverão pagar uma "contribuição de saúde".
Além disso, a partir de 18 de janeiro as lojas de bebidas alcoólicas e maconha - que é legalizada para uso recreativo no país desde 2018 - também exigirão comprovante de imunização. Após o anúncio, a procura por vacinas aumentou 400% em apenas uma semana.
Legault disse que não se vacinar leva a consequências para o sistema de saúde e a maioria dos quebequenses não devem pagar por isso.
Ele afirmou que o imposto não será cobrado de quem não se imunizar por razões médicas. É a primeira vez que um governo estadual do Canadá anuncia uma penalidade financeira para pessoas que se recusam a se vacinar.
Legault disse que o valor do imposto ainda não foi decidido, mas será "significativo", não devendo ficar abaixo de 100 dólares canadenses (cerca de R$ 442).
Segundo Legault, cerca de 10% dos adultos do Québec não estão vacinados. No entanto, eles representam aproximadamente 50% dos pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).
"Aqueles que se recusarem a receber suas primeiras doses nas próximas semanas terão que pagar uma contribuição de saúde", disse Legault. "A maioria pede que haja consequências. É uma questão de justiça para os 90% da população que fizeram alguns sacrifícios. Devemos isso a eles", destacou.
Críticas da oposição
A fala de Legault provocou crítica de políticos. Eric Duhaime, chefe do partido de oposição conservador do Québec, disse que o imposto apenas "dividiria" os cidadãos. Já o chefe do partido liberal de Quebec, Dominique Anglade, que é a favor da vacinação obrigatória, chamou a taxa de "distração".
O Québec, cuja capital é Montreal, tem cerca de 8 milhões de habitantes e, atualmente, 2.742 pessoas hospitalizadas com covid-19, 255 delas em UTIs. As hospitalizações também continuam aumentando na província vizinha de Ontário, a mais populosa do Canadá, com 3.220 pessoas hospitalizadas e 477 em UTIs.
Penalidades em outros países
Embora o Québec seja o primeiro lugar a instituir um imposto específico, a pressão sobre aqueles que permanecem não vacinados por opção está aumentando em todo o mundo.
A França é um dos muitos países que instituiu o chamado passaporte vacinal - e o presidente Emmanuel Macron disse que quer "irritar" os não vacinados.