25/04/2024 14:33:47

19/11/2009 00:00:00

Polícia


Polícia

com gazetaweb // porlianne santos e dulce melo

A Delegacia de Crimes contra a Criança e o Adolescente recebeu na tarde desta quinta-feira (19), a denúncia de que a criança T.S.S, de 11 anos, estaria sendo vítima de cárcere privado na Aldeia do Índio, bairro Jacintinho, em Maceió. A manicure Paula Maria dos Santos, mãe de um dos colegas de escola da vítima, acionou a polícia contra o pai e a madrasta do menor.

Paula disse ter ficado preocupada com a ausência da criança na escola, onde o filho dela também estuda e resolveu saber o que havia ocorrido. “Fui a casa dele procurá-lo, porque tinha uma apresentação na feira de cultura valendo nota e fiquei apreensiva. Ao chegar lá, chamamos e ele veio pulando. Perguntamos por que ele estava daquele jeito e o menino falou que estava acorrentado. Pelo o que conheço, é uma criança obediente e mesmo que não fosse, isso é uma crueldade.

Um colega de escola da vítima, identificado como C. S. A., de 14 anos, também o defendeu. “Meu amigo é comportado na sala de aula, nunca fez mal a ninguém e essa já é a segunda vez que acontece. Da outra vez, ele ficou três dias sem ir à aula, e chegou à escola com os pés inchados, quando perguntei o que havia ocorrido, ele disse que tinha estado acorrentado”.

Paula disse ainda que além de acorrentado, o menino está sem comer. “Enquanto isso os filhos da esposa do pai dele estão na rua”, completou.

A mobilização

Policiais do Batalhão de Polícia de Eventos (BPE), agentes da delegacia especializada e o conselheiro tutelar da área, Silvânio Barbosa, foram ao local para libertar a criança. Lá constataram o fato: o menino estava acorrentado e, na residência, havia uma mulher identificada como Noélia, que toma conta da casa e das três crianças, há cerca de três meses. “Não tenho nada a ver com isso, o pai e a madrasta dele que o acorrentaram e eu não pude fazer nada”, disse Noélia aos prantos, no momento em que foi levada para a delegacia para responder por crime de omissão.

Já o menor, que apresenta cicatrizes pelo corpo e as atribui às pisas que leva do pai, relatou que é mal tratado em sua residência. “Eles me batem com fios e me acorrentam porque eu vou brincar na rua, dizem que é para eu não fazer coisa errada, mas eu não gosto de ficar em casa, prefiro ficar brincando na rua porque aqui, minha vida é um inferno. Meus irmãos fazem coisas erradas e quem leva a culpa sou eu. Já tentei fugir para a casa de uma tia minha, mas meu pai vai lá me pegar e não a deixa cuidar de mim” – desabafou o menor, emocionado.

A criança foi levada para o Conselho Tutelar e de lá deverá ser encaminhada para a casa de um familiar que se responsabilize por ela. Caso nenhum parente de T.S.S. seja encontrado, o garoto será levado para um abrigo, onde o juizado tomará as providências legais.

O caso foi levado para a delegacia de Crimes Contra a Criança e o Adolescente onde foi confeccionado o Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e aberto um inquérito policial. O pai do menor, o pedreiro Juarez Santos da Silva e a madrasta, Daysiane Oliveira da Silva, que não foram encontrados no momento da libertação da vítima, poderão responder por cárcere privado e abandono de incapazes.



Enquete
Na Eleição de outubro, você votaria nos candidatos da situação ou da oposição?
Total de votos: 43
Notícias Agora
Google News