União dos Palmares

Atendendo oficio encaminhado em dias da semana passada pela Secretária de Saúde de União dos Palmares Doutora Rosário Pedrosa, os técnicos da Vigilância Ambiental da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (SESAU) Moab Belo da Silva, José Maria Leandro e Josinaldo Correia estiveram na manhã de hoje (24) visitando diversas ruas da cidade onde foi constatada a presença de vários focos do Caramujo Africano, conhecido cientificamente como “Achatina Fulica”.

Segundo os especialistas, “o caramujo africano é uma espécie exótica invasora. Tais espécies representam, atualmente, a segunda maior perda de biodiversidade no planeta. Só perdem para os desmatamentos. Além das doenças que podem transmitir, o caramujo ataca, destrói plantações e compete por espaços com outros moluscos da fauna nativa, podendo levá-los à extinção. Achatina Fulica pode hospedar ainda o verme Angiostrongylus costaricensis, causador da angiostrongiliase abdominal, doença grave com centenas de casos já reportados no Brasil. Esta doença pode resultar em óbito por perfuração intestinal, peritonite e hemorragia abdominal”.

O “Caramujo Africano” é um espécie de molusco terrestre tropical, nativo do leste-nordeste da África, e pode transmitir, segundo estudos preliminares, duas doenças: Angiostrongiliase Meningoencefáca, proporcionando dores de cabeça forte e constante, rigidez na nunca e distúrbios do sistema nervoso, e Angiostrongiliase abdominal causando perfuração intestinal e hemorragia abdominal (cujos sintomas são: dor abdominal, febre prolongada, anorexia e vômitos). Doutora Rosário alertou a população, “de que qualquer pessoa que sentir alguns desses sintomas, deve imediatamente procurar a secretaria de saúde para as providencias cabíveis, porém, posso assegurar que até o momento, nenhum caso, graças a Deus, foi notificado em União dos Palmares”.

O trabalho prevento da Secretaria de Saúde de Alagoas, segundo apurou a reportagem de A TRIBUNA DE UNIÃO, detectou a presença do caramujo também dos municípios de Capela, Cajueiro, Santa Luzia do Norte, Coqueiro Seco, Viçosa, Satuba e Rio Largo (estes dois últimos, a exemplo de União dos Palmares, ribeirinhos do rio Mundaú).

Um trabalho de conscientização está sendo elaborado, e ainda esta semana segundo Josinaldo Correia, os moradores das ruas onde foi constatada a presença do animal serão chamados para participar de uma campanha educativa, e serão os próprios moradores que irão combater o mal, depois de orientados. De inicio, todas as residências foram avisadas que a ingestão ou a simples manipulação dos caramujos vivos pode causar a contaminação, pois os vermes são encontrados no muco (secreção) dos caramujos. Ao se instalar em hortas e pomares, o caramujo pode contaminar frutas, verduras e disseminar doenças. “Mas não é motivo de pânico: basta orientar crianças sobre os cuidados que devem ter e lavar bem hortaliças e vegetais que serão consumidos in natura” disse Josinaldo.

Da Editoria – Antonio Aragão