Idosos sem doença cardíaca não deveriam tomar aspirina todos os dias para prevenir um infarto ou Acidente Vascular Cerebral (AVC), segundo nova recomendação de um grupo de especialistas norte-americanos.
Ainda que ingerido em baixas doses, os riscos de o ácido acetilsalicílico causar sangramento no trato digestivo de pessoas a partir dos 60 anos com esse perfil são maiores que os possíveis benefícios.
Além de diminuir dores, febres e inflamações, a aspirina também age contra a formação de coágulos e trombos, que prejudicam a circulação sanguínea. Por essa razão, é usada na prevenção de eventos trombóticos, como o AVC.
A mudança, divulgada pela força-tarefa de saúde preventiva dos Estados Unidos no início de outubro, substituirá as recomendações de 2016, que indicavam o remédio como uma primeira medida de prevenção para doenças cardiovasculares. Esse uso, porém, não deve ser excluído de todos os grupos.
Pessoas mais jovens, entre 40 e 59 anos, e com risco 10% ou maior de doenças do coração e dos vasos sanguíneos na próxima década podem ter benefícios, ainda que limitados, segundo os pesquisadores. A decisão, nestes casos, deve leva em consideração os dados de saúde do paciente, como a pressão arterial, colesterol, obesidade, se há aumento no risco de sangramento e se as pessoas estão dispostas a tomar a medicação diariamente.
A medicação também é benéfica e pode ser indicada para pacientes com doenças cardiovasculares, com histórico de infarto, exceto quando há contraindicação. Apesar da divulgação, as diretrizes ainda não são definitivas. A força-tarefa aguardará comentários do público para a redação da versão final das orientações.
Se o paciente já passou por um infarto ou AVC, o uso do remédio pode ser benéfico no controle de novos casos (chamada também de medida de prevenção secundária), de acordo com o grupo.
Metrópoles